Um plano safra dadivoso | por rui daher

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Nos dias 27 e 28 de junho foram determinados valores e regras para o Plano Safra 2023/24, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Para financiar custeio e investimentos de médios e grandes produtores, o crédito rural irá disponibilizar 364 bilhões de reais. Para os pequenos produtores, 71,6 bilhões de reais, dentro do Pronaf, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (há controvérsias sobre o conceito de “familiar”). Para os primeiros, significa um aumento de 27% sobre o atual, e para os mais sacrificados e esquecidos nos últimos oito anos, o valor representa um aumento de 34%. Somados os valores, a agropecuária brasileira terá disponível um total de 435,6 bilhões de reais para produzir uma safra recorde, assim como o é o montante de financiamento anunciado. Um aumento de 28,3%. Não apenas os volumes de financiamento, no entanto, são expressivos. As taxas de juros para financiamentos de custeio variarão de 3% a 6% ao ano; no caso dos investimentos de 0,5% no microcrédito para situações de comprovada pobreza (Pronaf B) e até 6% para os demais (produtos para alimentação 4%). Pela primeira vez, o critério de sustentabilidade será levado em consideração para avaliar a faixa em que serão enquadrados caboclos, campesinos, ruralistas, sertanejos e tabaréus.  O total destinado ao agronegócio – para citar o termo “Faria Lima” – ou o do colunista, agricultura, pecuária e seus negócios (da grumixama à soja), é 28% maior do que o disponibilizado na safra passada pelo governo de Jair Bolsonaro. Assim, a depender das condições edafoclimáticas e das cotações das _commodities_ nas bolsas internacionais, a lavoura moderna (a arcaica é com o Raduan Nassar) poderá fazer, mais uma vez, vivermos de forma exitosa e justa uma safra, a 2023/2024. E assim correrá o campo em êxito, exceção aos leitores, técnicos e políticos próximos do insalubre doutor Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central _Independente_ (BCI) – a sigla serve para _inclemente_. Apesar de conhecer momento e perspectivas para a inflação e a dívida, controle definido no arcabouço fiscal, o neto de Bob Fields defende a manutenção da Selic em 13,75%.  Tem viés na ata do Copom? Claro que tem: arrasar indústria, comércio e serviços e fortalecer o setor financeiro, do qual alimenta seus bacuris neoliberais. Assistindo ao bumba-meu-boi agrário, o independente deve pensar: “Bem que eu disse ao capitão que os comunistas voltariam junto com a gastança”. E mais não diria se não ouvisse que tais benesses agrárias de Lula foram para se aproximar do agronegócio, da bancada ruralista, de políticos de fachada, mas fazendeiros de “mesada”. Como é grande parte do Congresso. Não foi. Não os teve e mesmo assim ganhou as eleições. ADEUS E INTÉ, ministro da Agricultura, engenheiro agrônomo, mineiro de Bambuí, Alysson Paulinelli (1936-2023). Parte do nosso êxito. _Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital._

Nos dias 27 e 28 de junho foram determinados valores e regras para o Plano Safra 2023/24, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Para financiar custeio e investimentos de médios e grandes produtores, o crédito rural irá disponibilizar 364


bilhões de reais. Para os pequenos produtores, 71,6 bilhões de reais, dentro do Pronaf, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (há controvérsias sobre o conceito de


“familiar”). Para os primeiros, significa um aumento de 27% sobre o atual, e para os mais sacrificados e esquecidos nos últimos oito anos, o valor representa um aumento de 34%. Somados os


valores, a agropecuária brasileira terá disponível um total de 435,6 bilhões de reais para produzir uma safra recorde, assim como o é o montante de financiamento anunciado. Um aumento de


28,3%. Não apenas os volumes de financiamento, no entanto, são expressivos. As taxas de juros para financiamentos de custeio variarão de 3% a 6% ao ano; no caso dos investimentos de 0,5% no


microcrédito para situações de comprovada pobreza (Pronaf B) e até 6% para os demais (produtos para alimentação 4%). Pela primeira vez, o critério de sustentabilidade será levado em


consideração para avaliar a faixa em que serão enquadrados caboclos, campesinos, ruralistas, sertanejos e tabaréus.  O total destinado ao agronegócio – para citar o termo “Faria Lima” – ou o


do colunista, agricultura, pecuária e seus negócios (da grumixama à soja), é 28% maior do que o disponibilizado na safra passada pelo governo de Jair Bolsonaro. Assim, a depender das


condições edafoclimáticas e das cotações das _commodities_ nas bolsas internacionais, a lavoura moderna (a arcaica é com o Raduan Nassar) poderá fazer, mais uma vez, vivermos de forma


exitosa e justa uma safra, a 2023/2024. E assim correrá o campo em êxito, exceção aos leitores, técnicos e políticos próximos do insalubre doutor Roberto Campos Neto, presidente do Banco


Central _Independente_ (BCI) – a sigla serve para _inclemente_. Apesar de conhecer momento e perspectivas para a inflação e a dívida, controle definido no arcabouço fiscal, o neto de Bob


Fields defende a manutenção da Selic em 13,75%.  Tem viés na ata do Copom? Claro que tem: arrasar indústria, comércio e serviços e fortalecer o setor financeiro, do qual alimenta seus


bacuris neoliberais. Assistindo ao bumba-meu-boi agrário, o independente deve pensar: “Bem que eu disse ao capitão que os comunistas voltariam junto com a gastança”. E mais não diria se não


ouvisse que tais benesses agrárias de Lula foram para se aproximar do agronegócio, da bancada ruralista, de políticos de fachada, mas fazendeiros de “mesada”. Como é grande parte do


Congresso. Não foi. Não os teve e mesmo assim ganhou as eleições. ADEUS E INTÉ, ministro da Agricultura, engenheiro agrônomo, mineiro de Bambuí, Alysson Paulinelli (1936-2023). Parte do


nosso êxito. _Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital._