Play all audios:
Reportagem publicada na edição de hoje (22) do _Jornal do Brasil_ destaca que o governo federal tem diminuído sua participação nos gastos em saúde desde a criação do SUS, em 1995. Segundo
a repórter Karla Correia, a queda somada “a falta de foco na aplicação de recursos públicos na área e a pressão pela redução dos gastos do Executivo fazem especialistas do setor desenharem
um quadro ameaçador para o Sistema Único de Saúde. Para eles, o SUS deve enfrentar crise de financiamento nos próximos anos”. O pesquisador Carlos Octávio Ocké-Reis, do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), informa que o Brasil gasta em Saúde, anualmente, a média de US$ 597 por habitante. “O valor representa uma participação de 7,6% do PIB em gastos de saúde
- índice menor do que o verificado em países da América Latina como a Argentina e a Colômbia, segundo dados do Ipea”, afirma a reportagem. O consultor da Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas), Eugênio Vilaça, conta que a participação do governo nos gastos do setor caiu de 60% para 49%, entre 2000 e 2006. “A marca da atenção do governo Lula ao social não se refletiu na área
de saúde, em que a participação do governo federal caiu drasticamente em seu primeiro mandato”, afirma Vilaça. O presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Helvécio
Magalhães, observa que os sinais de um apagão no SUS já vêm se manifestando no atendimento de saúde administrado pelos municípios. “Os municípios gastam, em média, 25% de sua arrecadação na
despesa com a saúde, e essa percentagem vem aumentando gradualmente”, declara Magalhães, que é secretário municipal de Saúde em Belo Horizonte.