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O Ministério Público (MP) anunciou, na última sexta-feira (9), que um grupo de funcionários públicos da cidade de Formiga, em Minas Gerais, estão sendo investigados por enterrar caixões
vazios. O MP afirma ainda que eles recebiam propina para guardar vagas no Cemitério Parque da Saudade. “Quando o ente da família morria, os coveiros retiravam o caixão vazio e colocavam o
corpo”, diz trecho da denúncia. Além disso, os Ministério Público aproveitou para apurar sobre outras irregularidades, supostamente cometidas pelos suspeitos, há cerca de sete meses. Ainda
na sexta, foi realizada uma operação para cumprir oito mandados de busca e apreensão. A Justiça mineira expediu seis mandados de medidas cautelares, como o afastamento das funções públicas
dos investigados. A operação foi batizada de “Cemitério Maldito”. O caso começou a ser investigado após denúncia feita por um servidor do espaço. “Foram coletadas provas de que os coveiros
recebiam propina de famílias para assegurar lugares no cemitério, e, para tanto, enterravam caixões vazios”, explicou o órgão. Também foi apurado que os coveiros mantinham esquema de
recebimento de horas extras que não eram devidamente cumpridas. Há fortes suspeitas de que os coveiros abasteciam veículo particular de uma funerária com valores da prefeitura. Ainda segundo
as investigações, existem indícios do desvio de urnas funerárias do município para uma funerária particular. A operação foi coordenada pela 2ª Promotoria de Justiça de Combate ao Crime
Organizado e da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público. As polícias Civil e Militar também participam da operação denominada “Cemitério Maldito”. Responsável pela
administração do Parque da Saudade, a Prefeitura de Formiga informou que tem procedimento administrativo instaurado contra um dos investigados e frisou que não compactua com a conduta
delituosa dos servidores. “A Administração Municipal ainda esclarece que está à disposição no auxílio das investigações”, disse em nota. Além disso, destacou que a Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Humano afastou todos os investigados dos cargos. “Está sendo realizado o remanejamento entre a equipe para nova escala, bem como contratação temporária para substituição”