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Estadão Conteúdoi Estadão Conteúdo https://dinheirorural.com.br/autor/estadao-conteudo 26/10/2020 - 13:02 Copie a URL: O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o empresário
Alessander Monaco Ferreira (suposto “doador” do MBL), Renan Antonio Ferreira dos Santos, um dos líderes do MBL Renan Antonio Ferreira dos Santos, o ex-diretor presidente da Imprensa Oficial
do Estado Nourival Pantano Junior e os ex-representantes da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Carlos Antonio Luque e José Ernesto Lima Gonçalves por suposta participação em
esquema que teria implicado em crimes de tráfico de influência, dispensa e fraude em licitação e corrupção passiva. A denúncia é assinada pelo promotor Marcelo Batlouni Mendroni e datada do
último dia 22. Na peça de 37 páginas, Mendroni aponta as relações entre os denunciados e detalha o que chama de “lógica do estratagema criminoso”. Segundo a peça, Alessander Monaco Ferreira
“coligou-se intimamente” com o MBL, sendo que os integrantes do movimento, em especial Renan Antonio Ferreira dos Santos, “através de tráfico de influência política, conseguiram a
contratação, pelo seu Presidente Nourival Pantano Jr., de Alessander Monaco Ferreira na IMESP; em cargo comissionado – sem concurso público”. “Uma vez trabalhando na IMESP, Alessander Monaco
Ferreira: realizou doações via superchat para o MBL, de valores correspondentes ao seu salário daquela função pública, como forma de retribuir o ‘favor’ correspondente àquela contratação na
IMESP; e trabalhou no sentido de articular fraudes em licitações e contratações de empresas através de dispensa e inexigibilidade de licitações”, afirma o promotor do documento. Ainda de
acordo com a denúncia, uma das contratações fraudulentas supostamente articuladas por Alessander “corresponde à contratação da Fipe, através de dispensa de licitação”. Segundo a Promotoria,
a Fipe, por sua vez, havia contratado a empresa de Alessander “pagando-lhe valores milionários por consultorias”. “Essa contratação criminosa da Fipe pela IMESP corresponde a:
devolução/retribuição do favor – por ter sido a Monaco Intelligent contratada – por valores milionários – pela própria Fipe; pagamento de propina em valores espécie da Fipe para Alessander
Monaco Ferreira – como retribuição daquela contratação através da dispensa de licitação: IMESP – Fipe”, registra a denúncia. A peça indica ainda que, do recebimento de valores da propina,
Alessander Monaco Ferreira “os depositou de forma estratificada em dias próximos ou sequenciais, de valores pouco inferiores a R$ 5 milhões para dissimular a sua origem e assim promovendo a
lavagem dos valores”. DEFESAS Renan dos Santos se manifestou sobre a denúncia. “Não estou nem um pouco surpreso com essa denúncia descabida, em período eleitoral, que tem como objetivo único
a tentativa de manchar minha reputação e, por extensão, afetar meus amigos do MBL. Soube que nela também foram denunciadas pessoas da FIPE e IMESP. Não tenho a menor ideia de quem sejam
essas pessoas, nunca as vi na vida, e fico chocado que uma denúncia seja oferecida contra mim simplesmente por que sou ‘famoso’ ou ‘influente’. Coisa que nem sou, pra falar verdade. A
denúncia é absurda e qualquer um que leia o documento percebe isso com muita facilidade. Por favor, leiam a denúncia! Novamente, é levantada a tese esdrúxula de ‘recebimento de dinheiro por
superchat no youtube’, uma inovação exótica criada pra nos atacar. E detalhe: a denúncia foi apresentada sem sequer a análise das contas que abrimos ainda em Julho para o Promotor. Sem
sequer me ouvir, apesar de eu ter feito pedido expresso, por escrito, me colocando à disposição para prestar depoimento. Não tenho qualquer relação com a vida profissional do Sr. Alessander
Mônaco, que era apenas um dentre milhares de outros fãs e doadores do MBL. E os valores que ele doava publicamente no superchat do YouTube – AO VIVO, COM SEU NOME! – aberto para todo o
Brasil, não chegam sequer a R$30mil reais em um ano! Se contarmos o abatimento de 30% do Google, não dá sequer R$2mil mensais. Que tipo de ‘gênio’ faria um ‘esquema’ desses? E mais: as
‘provas’ apresentadas são ‘notas’ encontradas com um acusado em que constam os nomes de Daniel José, Vinicius Poit, Kim Kataguiri e Luciano Huck. Que ‘esquema’ seria esse? Nomeação de um
cargo comissionado num governo que somos NOTORIAMENTE de oposição (Dória) envolvendo o Caldeirão do Huck? Peço a todos: leiam a denúncia! É uma peça política, que, na verdade, deixa claro o
tom persecutório e a falta de base jurídica e fática das acusações. Fica aqui, por fim, minha reflexão: vivo, hoje, as consequências política do estado policialesco e do espetáculo de
denúncias que inconscientemente ajudei a fomentar. Não é essa a justiça que imaginava defender quando saí às ruas pra defender o próprio MP em 2013. Ironias de um país maluco.” A reportagem
busca contato com os outros denunciados. O espaço está aberto para manifestações. Copie a URL: