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A estilista italiana Maria Grazia Chiuri, que anunciou sua saída como diretora artística das coleções femininas da Dior nesta quinta-feira (29), catapultou a visão das mulheres na marca
parisiense por nove anos, com suas saias esvoaçantes, silhuetas esbeltas e uma mensagem feminista. Maria Grazia Chiuri foi a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora artística da Dior,
a joia da coroa do grupo LVMH. Sua saída já era comentada há meses. Seguindo o extravagante e provocativo John Galliano e o aclamado, mas efêmero, Raf Simons, a estilista de 61 anos
conseguiu impor sua visão da mulher Dior, principalmente por meio de um estilo mais "fácil de usar" e "confortável" e de suas colaborações com artistas feministas.
Recém-saída da Valentino, ela causou sensação quando, em seu primeiro desfile em outubro de 2016, apresentou uma camiseta branca simples com a mensagem "We should all be feminists
(Deveríamos todas ser feministas, em tradução livre)", em letras pretas, vendida por 750 euros (cerca de R$ 2.578 na cotação da época). Nove anos e mais de 40 coleções depois, Chiuri
não abandonou essa mensagem, embora alguns a acusem de usar o feminismo como estratégia de marketing. Em um comunicado, a Dior expressou sua "mais profunda gratidão" a Chiuri após
uma "colaboração maravilhosa" e destacou que foi ela quem desejou deixar o cargo. "Sou particularmente grata pelo trabalho realizado por minhas equipes e pelos ateliês.
(...) Juntos, construímos um capítulo excepcional do qual tenho imenso orgulho", disse a italiana, segundo o comunicado. Delphine Arnault, diretora da Christian Dior Couture, elogiou
seu "imenso trabalho com um ponto de vista feminista inspirador e uma criatividade excepcional". Formada no Istituto Europeo di Design em Roma, Chiuri trabalhou pela primeira vez
na Fendi na década de 1990, onde, com seu compatriota Pierpaolo Piccioli, promoveu bolsas como peças essenciais, como a famosa "baguete". Mais tarde, ingressou na Valentino em
1999, novamente com seu parceiro de longa data. Nomeados codiretores criativos da marca em 2008, eles contribuíram para o renascimento da marca de moda italiana por oito anos. - A hipótese
Anderson - A saída de Maria Grazia Chiuri da Dior é um dos maiores eventos a abalar o mundo da moda nos últimos meses. O nome de seu sucessor não foi anunciado oficialmente, embora o de
Jonathan Anderson já esteja circulando há vários meses. Nomeado chefe da Dior Homme em abril, substituindo Kim Jones, o estilista norte-irlandês se tornaria o primeiro a comandar
simultaneamente as coleções masculina e feminina da grife parisiense. Aclamado pelo lançamento da marca espanhola Loewe, também pertencente ao grupo LVMH, Jonathan Anderson, de 40 anos, é
considerado um prodígio da moda. mdv/mch/as/meb/mb/aa/jc