Após dizer que país está quebrado, bolsonaro convoca reunião ministerial no planalto

Após dizer que país está quebrado, bolsonaro convoca reunião ministerial no planalto

Play all audios:

Loading...

Um dia após dizer a apoiadores que o Brasil está quebrado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniu seus ministros, na manhã desta quarta-feira (6), no Palácio do Planalto. Segundo o


governo, participaram 17 dos 23 ministros, além do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. O ministro Paulo Guedes (Economia), que estava de férias, foi ao encontro, que


começou às 8h e acabou cerca de uma hora e meia depois (veja abaixo a lista dos participantes). Não participaram da reunião os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Ricardo


Salles (Meio Ambiente), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), André Mendonça (Justiça), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Roberto Campos Neto (Banco Central). De acordo com


assessores de alguns ministros, o encontro já estava previsto, embora só tenha aparecido na agenda oficial do presidente com a reunião já em curso. O encontro acontece depois de Bolsonaro


passar 17 dias sem compromissos oficiais e de retornar de um recesso pelos litorais de Santa Catarina e São Paulo. Na terça-feira (5), em seu primeiro dia de trabalho, ele fez declarações em


dois encontros com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada. Pela manhã, afirmou que o Brasil está quebrado e que ele não consegue fazer nada. "Chefe, o Brasil está quebrado, e eu


não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter. É um trabalho incessante de


tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos da mídia", disse o mandatário pela manhã, também em conversa transmitida pelo canal bolsonarista na internet. A


declaração destoa de posições apresentadas publicamente pela equipe econômica, que tem batido na tecla de que a atividade econômica do país está em plena recuperação, o que trará resultados


positivos para a arrecadação de impostos. No fim da tarde, Bolsonaro disse que "a gente não tem recursos para investir" e voltou a falar de sua promessa de campanha de atualização


da tabela de Imposto de Renda. "Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda. O cara me cobra: 'compromisso de campanha'. Mas não esperava esta pandemia pela frente. Nos


endividamos em aproximadamente R$ 700 bilhões. Complicou mexer nisso aí", afirmou no fim da tarde. Ele também afirmou que uma das explicações para o desemprego no país é que parte dos


brasileiros não tem preparação para fazer "quase nada". "Então, [o Brasil] é um país difícil trabalhar. Quando fala em desemprego, né, [são] vários motivos. Um é a formação do


brasileiro. Uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada. Nós importamos muito serviço", disse o presidente. A retomada do emprego ainda é dúvida, mesmo com a


geração recorde de vagas com carteira em novembro. No total, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de brasileiros. A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior


percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE iniciada em maio para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera o mercado informal de trabalho,


autônomos e funcionários públicos.​ ------------------------- PARTICIPANTES DA REUNIÃO DESTA QUARTA-FEIRA (6): * BRAGA NETTO, ministro da Casa Civil; * FERNANDO AZEVEDO, ministro da Defesa;


* ERNESTO ARAÚJO, ministro das Relações Exteriores; * PAULO GUEDES, ministro da Economia; * TARCÍSIO GOMES DE FREITAS, ministro da Infraestrutura; * TEREZA CRISTINA, ministra da Agricultura,


Pecuária e Abastecimento; * MILTON RIBEIRO, ministro da Educação; * ONYX LORENZONI, ministro da Cidadania; * EDUARDO PAZUELLO, ministro da Saúde; * BENTO ALBUQUERQUE, ministro de Minas e


Energia; * FÁBIO FARIA, ministro das Comunicações; * GILSON MACHADO NETO, ministro do Turismo; * WAGNER ROSÁRIO, ministro da CGU (Controladoria-Geral da União); * DAMARES ALVES, ministra da


Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; * PEDRO CESAR NUNES FERREIRA MARQUES DE SOUSA, ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República; * AUGUSTO HELENO, ministro do GSI


(Gabinete de Segurança Institucional); * JOSÉ LEVI, ministro da AGU (Advocacia-Geral da União); e * PEDRO GUIMARÃES, presidente da Caixa