Aposta é de que a queda vai continuar

Aposta é de que a queda vai continuar

Play all audios:

Loading...

Não há unanimidade no que diz respeito à definição de um piso para o dólar. As apostas variam entre R$ 1,80 e R$ 1,90 até o fim do ano. Certeza mesmo só a de que a moeda norte-americana deve


continuar se desvalorizando frente ao real – fenômeno que se repete em todos os países emergentes ao redor do mundo. "O Brasil está surfando na boa onda da economia mundial. Se nada


acontecer, a tendência é que se mantenha a entrada de dólar no país", diz o vice-presidente da Associação Brasileira de Executivos de Finanças (Abef), Nélson de Oliveira. Em linhas


gerais, o dólar está desvalorizado porque há muita oferta da moeda no Brasil. Isso ocorre, em parte, por conta do grande movimento de exportações – alavancado principalmente pelo envio de


commodities –, mas também pelos investimentos estrangeiros no país. "O Banco Central aproveitou para reforçar suas reservas comprando dólar. Mas o fluxo de entrada de moeda no país é


muito grande e o real tende a se valorizar ainda mais", diz o superintendente da Votorantim Asset Management, Rogério Santos. Nas últimas sema-nas, duas agências de rating elevaram o


grau de investimento do país – deixando-o mais perto do "investment grade" –, o que deve atrair ainda mais investimentos estrangeiros para o Brasil. O dólar terminou a semana a R$


1,961, com alta de 0,46% na sexta-feira, mas acumulando baixa de 2,87% na semana. Apesar da trajetória de queda, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na terça-feira – quando a moeda


rompeu a barreira dos R$ 2 pela primeira vez em seis meses – que o câmbio vai continuar flutuante e que o governo não vai tomar nenhuma medida artificial para conter a valorização do real


frente ao dólar. (CS) Veja também