Doha volta à cena na base do "pegar ou largar"

Doha volta à cena na base do "pegar ou largar"

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A RODADA DOHA tem de acabar este ano, disseram nesta sexta-feira (29) três chefes de governo - a chanceler alemã ANGELA MERKEL, o primeiro-ministro britânico DAVID CAMERON e o presidente


indonésio SUSILO BAMBANG YUDHOYONO. Não dá para adiar de novo, concordaram. É necessário e possível concluir o trabalho, acrescentou o diretor-geral da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC),


PASCAL LAMY. Segundo ele, os negociadores já completaram, em média, 80% das tarefas e é preciso retomar as discussões. Falta embarcar o governo americano nesse empreendimento. Não há menção


à Rodada Doha na Mensagem sobre o Estado da União do presidente BARACK OBAMA ao Congresso nesta semana, lembrou o professor JAGDISH BAGWATI, da Universidade Colúmbia, respeitado


especialista em comércio e conhecido defensor da liberalização dos mercados. Além do mais - poderia ter acrescentado -, o governo democrata mais de uma vez manifestou a pretensão de reabrir


as questões já acordadas. Isso mudaria os objetivos definidos em 2001 em Doha, no lançamento das negociações. Para os grandes exportadores agrícolas, como Brasil e Argentina, o recuo seria


desastroso. No caso da agricultura, mais de 80% dos pontos importantes já foram acertados, segundo Lamy. Em outros - como o setor de serviços - o avanço foi menor. Brasil, China, Índia e


África do Sul apoiam a retomada das negociações a partir dos pontos já acertados, segundo nota distribuída pelo ministro brasileiro de Relações Exteriores, ANTÔNIO PATRIOTA, e pelos


ministros chinês, Chen Deming, indiano ANAND SHARMA, e sul-africano, ROB DAVIES. Eles criticam, porém, as exigências feitas pelos negociadores do mundo rico - exageradas, segundo argumentam


- e reclamam mais benefícios para os países em desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Veja também