Portugal aumenta participação na tap, do brasileiro dono da azul

Portugal aumenta participação na tap, do brasileiro dono da azul

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O governo socialista português aumentou de 39% para 50% a participação do Estado na companhia aérea TAP, revertendo parcialmente a privatização decidida pelo anterior Executivo de direita. O


Estado pagará 1,9 milhão de euros (US$ 2,1 milhões) para a compra de 11% do capital ao empresário americano-brasileiro David Neeleman, fundador da companhia brasileira Azul, e a seu sócio


português Humberto Pedrosa, que adquiriram 61% de participação na TAP durante o processo de privatização de 2015. “O governo não intervirá na gestão diária da TAP, que seguirá nas mãos dos


acionistas privados”, declarou neste sábado o primeiro-ministro Antonio Costa aos jornalistas, depois da assinatura de um acordo com o consórcio Gateway, dirigido por Pedrosa. O governo


terá, contudo, “uma voz preponderante no conselho de administração da TAP”, que contará com seis representantes do Estado e outros tantos do consórcio, declarou o ministro de Infraestrutura,


Pedro Marques. “A TAP se tornará uma companhia mais forte, que também estará em melhor posição para defender os interesses estratégicos de Portugal”, afirmou o chefe de governo, assegurando


que esta compra de participações “está de acordo com a lei”. A direita foi a mais votada nas eleições de 4 de outubro em Portugal, mas não obteve maioria absoluta. O governo em fim de


mandato de Pedro Passos Coelho foi derrubado no Parlamento em 10 de novembro por uma aliança entre o Partido Socialista e a esquerda radical. Dois dias depois, o governo demissionário


concluiu, apesar das críticas da esquerda, a venda de 61% do capital da companhia aérea TAP ao consórcio Gateway. Posteriormente, Costa foi nomeado primeiro-ministro e prometeu em seu


programa que “não permitirá que o Estado perca mais da metade do capital da TAP”. Como consequência dele, os acionistas privados tiveram que renunciar a ter uma maioria das participações


nesta companhia aérea e, inclusive poderão abaixar para 45%, se os funcionários, com direito a 5% do capital, exercerem sua opção de compra. O grupo TAP emprega mais de 10.000 pessoas. Suas


dívidas passam de mais de 1 bilhão de euros (1,11 bilhão de dólares). Desde a sua chegada, o consórcio injetou 180 milhões de euros (200 milhões de dólares) na empresa. A venda de


participações do Estado na TAP estava no programa de privatizações incluída no plano de resgate financeiro negociado em 2011 pelos socialistas com a União Europeia (UE) e com o Fundo


Monetário Internacional (FMI). O governo socialista de Antonio Costa também interveio suspendendo a privatização da gestão do transporte público de Lisboa e Porto (norte). Veja também