Ministro da defesa cobra do tse discussão técnica sobre sugestões para urnas

Ministro da defesa cobra do tse discussão técnica sobre sugestões para urnas

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O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, cobrou, em ofício enviado nesta sexta-feira (10) ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, que as sugestões apresentadas


pelas Forças Armadas para o processo eleitoral passem por uma “discussão técnica”. O documento é uma tréplica dos militares a uma resposta negativa dada por técnicos do tribunal a sete


recomendações feitas pelo Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), do Exército, para o sistema eletrônico de votação. Elas foram apresentadas em março deste ano, mas rejeitadas sob a


alegação de que o prazo para mudanças já havia se esgotado. VEJA TAMBÉM: * Leia na íntegra o ofício do Ministério da Defesa ao TSE Ainda assim, o ministro da Defesa insistiu para que as


equipes técnicas das Forças Armadas e do TSE discutam as propostas para dirimir “divergências que ainda persistam” sobre elas. “É plenamente sabido que qualquer sistema eletrônico demanda


uma contínua atualização, razão das novidades tecnológicas e da evolução das ameaças. As Forças Armadas buscaram, na CTE, desde o início e de modo colaborativo, contribuir para aumentar o


grau de segurança pelo conhecimento e pelo gerenciamento dos riscos existentes. Além disso, a transparência permite à sociedade conhecer e aceitar o nível de segurança do processo eleitoral


diante de eventuais riscos. Reitero que as sugestões propostas pelas Forças Armadas precisam ser debatidas pelos técnicos”, afirmou Paulo Sérgio Nogueira no ofício. MINISTRO DIZ QUE


MILITARES NÃO SE PRESTIGIADOS PELO TSE A resposta do TSE às Forças Armadas causou incômodo entre os militares por apontar suposto “erro de premissa” em considerações sobre a quantidade de


urnas que deveriam passar pelo teste de integridade. No ofício a Fachin, o ministro da Defesa diz que pretendia esclarecer os conceitos apresentados nas sugestões de forma técnica. “Até o


momento, não houve a discussão técnica mencionada, não por parte das Forças Armadas, mas pelo TSE ter sinalizado que não pretende aprofundar a discussão”. Depois, disse que “as Forças


Armadas não se sentem devidamente prestigiadas” por atenderem ao convite do TSE para integrar a comissão de transparência, formada no ano passado para ampliar a fiscalização sobre o processo


eleitoral. O ministro da Defesa afirmou no ofício que “o trabalho das Forças Armadas tem o intuito sempre democrático, buscando contribuir para que o País tenha eleições justas,


democráticas e transparentes” e que elas elaboraram propostas “plausíveis, em vários níveis, desde o técnico até o de governança”. ELEIÇÃO TRANSPARENTE É QUESTÃO DE SOBERANIA NACIONAL,


AFIRMA PAULO SÉRGIO Mais à frente, disse que, para assegurar a segurança da votação, não basta “a participação de “observadores visuais”, nacionais e estrangeiros, do processo eleitoral”.


Trata-se de uma referência indireta ao esforço de Fachin convidar entidades internacionais para atestar a lisura da votação. O ministro da Defesa sugeriu que eles não teriam capacidade


técnica para verificar falhas no sistema eletrônico de votação. “Por se tratar de uma eleição eletrônica, os meios de fiscalização devem se atualizar continuamente, exigindo pessoal


especializado em segurança cibernética e de dados”. “É plenamente sabido que qualquer sistema eletrônico demanda uma contínua atualização, razão das novidades tecnológicas e da evolução das


ameaças. As Forças Armadas buscaram, na CTE, desde o início e de modo colaborativo, contribuir para aumentar o grau de segurança pelo conhecimento e pelo gerenciamento dos riscos existentes.


Além disso, a transparência permite à sociedade conhecer e aceitar o nível de segurança do processo eleitoral diante de eventuais riscos”, diz outro trecho do ofício. Em outro trecho, ele


destaca que as Forças Armadas trabalham para proteger o processo eleitoral e fortalecer a democracia. “Uma premissa fundamental é que secreto é o exercício do voto, não a sua apuração”, diz.


E encerra o ofício afirmando que “não interessa concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores. Eleições transparentes são questões de soberania nacional e de


respeito aos eleitores.” TSE DIZ QUE PREZA PELO DIÁLOGO INSTITUCIONAL Em nota, a Secretaria de Comunicação e Multimídia do TSE confirmou o recebimento do ofício do Ministério da Defesa e


disse que o tribunal "analisará todo o conteúdo remetido, realçando desde logo que todas as contribuições sempre são bem-vindas e que preza pelo diálogo institucional que prestigie os


valores republicanos e a legalidade constitucional". O tribunal lembra que tem uma nova reunião da Comissão de Transparência Eleitoral convocada desde o mês passado para o dia 20 de


junho. No mesmo comunicado, o TSE informou que o modelo UE 2020 da urna eletrônica "conta com módulo criptográfico com certificação do ICP-Brasil, o que significa que a urna possui


características de segurança superiores ao estabelecido pelo Manual de Condutas Técnicas definido pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), o qual define os requisitos


mínimos para um dispositivo criptográfico". A nota continua: "para tal certificação, conforme regras definidas pelo ITI, a nova urna foi submetida um laboratório credenciado da


Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, depois, certificada pela entidade NCC Certificações. Em tal avaliação foram verificados os circuitos, códigos-fonte e demais características


do dispositivo de segurança da urna. Tudo isso demonstra que o novo modelo é ainda mais seguro do que os anteriores". O TSE reforçou que "o software desenvolvido pela Justiça


Eleitoral é o mesmo, sendo utilizado em todas as urnas utilizadas na eleição, cujos modelos anteriores foram submetidos a testes públicos de segurança sem nenhum tipo de comprometimento ou


ataque bem-sucedido ao sistema". O comunicado conclui dizendo que "o TSE tem trabalhado de forma incessante para garantir eleições limpas, justas e seguras, em que o desejo da


população, expresso por meio do voto, seja respeitado e cumprido dentro do Estado Democrático de Direito. A Justiça Eleitoral está preparada para conduzir as eleições de 2022 com paz e


segurança". VEJA TAMBÉM: