Abre-alas

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Como o carnaval por aqui é chocho, o que é muito bom para descansar e transitar pela cidade vazia, a bola vai rolar com rodadas completas até sexta-feira. O jogo mais interessante de hoje


será entre Engenheiro Beltrão e Coritiba. Mesmo com futebol econômico, de poucos gols e atuações discretas, o Coxa vai somando os pontos que podem levá-lo à liderança. Só que o adversário


merece cuidados, pois se trata de uma equipe aguerrida e que exige bastante em casa. Amanhã, a partida quente é entre Atlético e Paraná, na Arena da Baixada. O Paraná precisa da


reabilitação, após duas derrotas e o afastamento da zona de classificação, enquanto o Atlético tentará manter a liderança que começa a ficar ameaçada pela aproximação do Coritiba. O clássico


promete. CRISE POLÍTICA Não bastassem os pênaltis de Chico, a falta de imaginação da meia-cancha e os gols perdidos, o Atlético tem a preocupá-lo a crise política estabelecida com o


rompimento da nova diretoria e o ex-mandachuva Mário Celso Petraglia. Dentre os cinco pontos citados pelo presidente Marcos Malucelli no vinculo de Petraglia com o clube, chamou a atenção o


fato de o ex-dirigente ter a missão de tentar negociar jogadores para o exterior. Seria interessante maiores esclarecimentos, pois, até onde se sabe, só podem atuar no mercado futebolístico


os agentes profissionais credenciados pela Fifa. MURICY Muricy Ramalho foi eleito, pelo quarto ano consecutivo, o melhor técnico do futebol brasileiro: vice-campeão pelo Internacional e


tricampeão pelo São Paulo. O sucesso subiu à sua cabeça e ele tem mantido relações tensas com a imprensa, quase que exclusivamente pelo seu jeito de ser: nervoso e mal educado. Acontece que,


se ele reúne todos os méritos para merecer os títulos conquistados e o respeito profissional, também cabem algumas observações em relação ao seu trabalho. Por exemplo: a insistência do São


Paulo com cruzamentos sobre a área do time colombiano, quarta-feira, consagrando o goleiro Bombadilla e os zagueiros. Será que Muricy não possui uma jogada diferente para furar retrancas?


Desde sempre se sabe que o famoso chuveirinho não funciona e, ainda assim, Jorge Wágner passou o jogo inteiro cobrando escanteios altos, em vez de alguém aproximar-se para tentar uma jogada


de linha de fundo com a possibilidade de bater para trás encontrando um finalizador em melhores condições com a defesa desarrumada. Foi com essa jogada que saiu o gol dos colombianos. Por


estas e outras que os técnicos brasileiros quebram a cara quando vão trabalhar no futebol europeu, pois confiam na criatividade individual dos jogadores para resolver os problemas em vez de


deitar-se sobre o plano estratégico de jogo e as alternativas dependendo das circunstâncias.