Play all audios:
Felipão prometeu e cumpriu. Após expor algumas intimidades da seleção brasileira, o treinador retomou o estilo de confronto que marcou sua trajetória em clubes. Firme, porém ainda sem ser
agressivo, defendeu a conversa com um grupo de jornalistas em Teresópolis, lembrou sua passagem por Portugal para apoiar o capitão Thiago Silva, reafirmou que o Brasil tem uma mão na taça e,
sempre que possível, deu um pauzinho nos críticos. "Chamei os meus amigos. Os jornalistas que não foram convidados pode ser que eu não goste tanto assim ou porque naquela hora eu não
queria falar com eles. Não pode existir ciúme de homem. Aí é brabo", disse. "Se eu não puder fazer as coisas do meu jeito... Gostou, gostou. Não gostou, vai para o inferno",
prosseguiu. Do seu jeito, Felipão desarmou uma plateia de jornalistas disposta mas não necessariamente pronta a colocá-lo na parede. Interrompeu um repórter que questionava o treinador
por ter falado que trocaria um dos convocados. "Disse que neste momento da competição poderia acrescentar um jogador com característica para os jogos que teríamos daqui pra frente.
Morro abraçado com os 23 que escolhi", afirmou. Voltou a interromper quando perguntado sobre o chamado às pressas da psicóloga Regina Brandão. "Vocês estão errados nas
interpretações. Está tudo cronometrado, organizado. Ela vai lá de novo já no domingo ou segunda. Vejo que alguns escrevem maldades, não sabem o que acontece aqui dentro e colocam opiniões.
Admiro que são psicólogos", atacou. Na lista de ataques, não esqueceu de Louis Van Gaal, engasgado desde que falou que o Brasil escolheria fugir da Holanda nas oitavas. "Cinco
jogos das oitavas foram para a prorrogação. Um não foi porque três minutos depois o time daquele senhor que falou de complô para o Brasil foi ajudado", cutucou. Felipão ainda distribuiu
afagos. Para defender Thiago Silva, lembrou de Luís Figo. No duelo com a Inglaterra no mata-mata da Euro-2004, o craque português foi substituído e seguiu para o vestiário, onde ficou
durante a disputa por penalidades vencida pelos lusitanos. "O Figo foi criticado como se tivesse abandonado o grupo. Depois soube-se que ele passou o tempo todo rezando perante uma
imagem de Nossa Senhora de Fátima. Ajudou à sua maneira", relembrou. Como também mereceu lembrança a forma como Carlos Alberto Parreira saudou a chegada da seleção a Teresópolis, no
início da preparação. "O Brasil continua com uma mão na taça. Aquelas declarações do Parreira foram espetaculares. A nossa população quer que a gente coloque o que queremos, como
queremos e onde vamos atingir", disse, em um autêntico dia de Luiz Felipe Scolari.