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ExploreSábado, 24 de Maio de 2025ENTRAREncontre matérias e conteúdos da Gazeta do PovoNotíciasSaberÚltimasEditoriaisVozesPolíticaIdeiasEconomiaCidadaniaMundoCulturaVídeosO que a escola pode
fazer para amparar os adolescentesProjeto De Vida E Carreira – Escolha Profissional Com Responsabilidade Por Maria Cecília de Figueiredo Cruz, Nadine Pereira Gritten - Sistema Fiep
28/02/2025 às 15:24
Dê de presenteFreepik (Foto: Freepik) Ouça este conteúdo
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define como objetivo da educação a formação humana integral, visando à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
No entanto, como alcançar esse objetivo se o estudante não for o protagonista de sua própria história?
Foi com o intuito de promover a independência e a autoconsciência sobre o próprio processo educacional que o Projeto de Vida, um novo componente curricular, se tornou obrigatório nas escolas
de ensino fundamental e médio.
Segundo pesquisa realizada pela CMOV1, 82% dos jovens não sabiam ou possuíam dúvidas sobre qual profissão seguir. Isso reforça a necessidade de incluir na grade curricular um espaço que
incentive reflexões sobre si mesmos e sobre o mundo, principalmente para aqueles que não sabem nem por onde começar. E é essa a proposta do Projeto de Vida, que está alinhada com a
competência geral 6 da BNCC:
“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”.
O Projeto de Vida incentiva os estudantes a compreenderem sua própria identidade e a reconhecerem a importância da diversidade cultural e social. Através de atividades que promovem a empatia
e o respeito às diferentes realidades, os jovens aprendem a conviver com a pluralidade de opiniões e a tomar decisões alinhadas aos seus valores.
Essas habilidades podem ser desenvolvidas por meio de debates sobre temas como inclusão social e ética profissional, proporcionando aos estudantes uma visão mais ampla sobre seu papel na
sociedade. Além disso, metodologias ativas, como estudos de caso, simulações e projetos interdisciplinares, permitem que os jovens analisem diferentes perspectivas e compreendam as
consequências de suas escolhas. Esses elementos contribuem para a tomada de decisões de maneira consciente e responsável, considerando não apenas suas próprias necessidades, mas também os
impactos de suas ações na coletividade.
Em um mundo conectado, volátil e ambíguo, no qual a inteligência artificial está cada vez mais apta a trazer respostas, é explorando a capacidade de adaptação e flexibilidade diante das
mudanças que os novos profissionais e cidadãos encontrarão seu espaço.
Dessa forma, contar com uma grade curricular que possibilite ao estudante planejar seu futuro profissional e pessoal, com a escola oferecendo orientações e recursos, é essencial. O foco está
no desenvolvimento de habilidades como empatia, resiliência, cooperação e responsabilidade, promovendo reflexões sobre o papel profissional e a escolha da carreira. Além disso, o Projeto de
Vida terá um papel fundamental na definição do itinerário formativo, ajudando os estudantes a compreenderem melhor seus interesses, suas aptidões e sua identidade, favorecendo escolhas mais
alinhadas ao seu propósito e aspirações.
Um exemplo de aplicação do Projeto de Vida ocorre na rede Sesi, onde o programa é trabalhado como componente curricular a partir de três dimensões: olhar para si, olhar para o mundo e olhar
para o futuro. Considerando estas dimensões, os estudantes passarão por um processo de reflexão sobre seus desejos e ambições, além de traçar caminhos para alcançar seus objetivos com
autonomia.
A dimensão Olhar para si tem como proposta permitir o autoconhecimento e a compreensão das próprias habilidades e áreas para desenvolvimento. É uma reflexão que torna a escolha do itinerário
formativo para a 2ª e 3ª séries mais segura e assertiva.
Já na dimensão Olhar para o mundo, serão discutidos os papéis sociais e as responsabilidades, além do incentivo à atuação de forma ética e responsável em diferentes contextos. Dessa forma,
os adolescentes terão uma visão ampla do mundo, em busca de uma sociedade cada vez mais inclusiva e participativa.
Finalizando com a dimensão Olhar para o futuro, o estudante irá explorar o mundo do trabalho, tendo como direcionador a contextualização da era digital e as exigências da Indústria 5.0. É um
momento para conhecer as profissões e compreender a importância do trabalho colaborativo.
Para tornar o Projeto de Vida ainda mais significativo, são utilizadas dinâmicas que auxiliam na compreensão de si e na avaliação de diferentes situações. Com autorreflexões individuais,
reflexões em grupo, exercícios e pesquisas, os estudantes terão recursos importantes não apenas para escolher o itinerário formativo, mas também para planejar o futuro profissional após o
ensino médio.
Se a importância deste componente curricular ainda não ficou clara, podemos tomar como base um estudo recente realizado pela Life Happens2. No estudo, 71% dos adolescentes têm a sensação de
que é muito mais difícil ser adulto hoje do que há 30 anos. Esta insegurança é refletida em outros pontos da pesquisa, tais como o aumento do custo de vida e a idade considerada como
transição para a vida adulta – 27 anos.
Assim, o Projeto de Vida é um importante guia de apoio para os adolescentes, mostrando o caminho para uma maior autonomia, criação de valores éticos e contribuindo para a redução da
ansiedade desta fase tão cheia de incertezas e descobertas.
O Projeto de Vida é mais do que um espaço para planejar o futuro profissional; é uma jornada de autodescoberta e preparação para a vida. Ao integrar o desenvolvimento pessoal, a compreensão
do mundo e a conexão com o mercado de trabalho, esse componente curricular se torna essencial para formar cidadãos críticos, responsáveis e preparados para os desafios do século XXI.
Artigo escrito por Maria Cecília de Figueiredo Cruz, Coordenadora de Educação Básica e Formação Continuada, e Nadine Pereira Gritten, Analista de Educação e Negócio, do Sistema Fiep.
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