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O líder da oposição na VENEZUELA, Henrique Capriles, admitiu nesta segunda-feira um eventual adiamento da posse do presidente HUGO CHÁVEZ - hospitalizado em Cuba após a quarta operação para
retirar um câncer - caso não possa assumir o poder no dia 10 de janeiro, como determina a Constituição. "É preciso ser muito sério e muito transparente nestes casos, penso que não perde
a condição de presidente eleito a pessoa que não possa tomar posse exatamente no dia estabelecido", disse Capriles à imprensa, acompanhando a posição dos 'chavistas'.
"Se o presidente da República não puder se apresentar no dia 10 de janeiro para tomar posse diante da Assembleia Nacional, a própria Constituição tem as respostas. Aí se aplicaria
inicialmente uma ausência temporária e, depois, o que estabelece a Constituição para a falta absoluta", destacou Capriles, derrotado por Chávez nas eleições de outubro passado. A
possível ausência de Chávez no dia previsto para a posse tem sido objeto de debate na Venezuela, diante do delicado estado de saúde do presidente, hospitalizado em HAVANA. A Constituição
venezuelana prevê ausências temporárias do presidente - de 90 dias prorrogáveis por mais 90 dias - durante as quais deve assumir o vice-presidente; e ausências absolutas - que devem ser
decretadas pela Assembleia Nacional - em caso de morte, renúncia, destituição e inabilitação física ou mental. Caso seja decretada a ausência absoluta antes da posse ou nos primeiros quatro
anos de governo, a Constituição determina a realização de eleições presidenciais antecipadas no prazo de 30 dias. "Imaginem que vou tomar posse como governador e neste dia tenho um
problema no pé e não possa caminhar. Então perco a condição de eleito? Este jamais foi o espírito da legislação", destacou Capriles, reeleito no dia 16 de dezembro para o governo do
Estado Miranda (norte). A posição de Capriles diverge da opinião da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que afirma que a data da posse é inadiável e que a ausência de Chávez
no dia 10 de janeiro caracterizará sua "ausência absoluta". Veja também