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Curitiba Famosos e conscientes. Esse é o perfil de celebridades que cada vez mais estão engajadas em missões humanitárias em terras de conflito e de extrema miséria. De astros de Hollywood
a políticos renomados têm buscado se envolver em projetos sociais não só para ajudar regiões que enfrentam dificuldades, sejam econômicas, políticas ou sociais, mas também para dar
visibilidade internacional aos problemas que afetam milhares de pessoas. O conflito em Darfur, no Sudão, que já deixou mais de 200 mil mortos desde 2003, é um exemplo de crise humanitária
que vem ganhando espaço na mídia (inclusive no bojo das celebridades, veja quadro), mas que não tem a mínima previsão de solução no curto prazo. A situação dos refugiados palestinos,
iraquianos, africanos também tem marcado a "agenda" de vários famosos. Sem contar as imprevisíveis vítimas de desastres naturais, que podem ocorrer a qualquer momento. Alguns
astros acabam sendo alvo de críticas de que estariam se promovendo ao visitar áreas de conflito, mas é preciso reconhecer que suas presenças fazem o mundo lembrar da gravidade da situação em
algumas regiões do mundo. Nesse caso, uma pressão por ação política parece nunca ser demais. "É positivo quando os famosos conseguem sensibilizar a mídia internacional sobre situações
de risco. No entanto, este tipo de ação terá impactos políticos somente por intermediários como a mídia, opinião pública e autoridades", opina Denise Galvão, mestre em Relações
Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e professora do Centro Universitário Unieuro. ONGs como Greenpeace encontram outras formas de chamar a atenção, como protestos em locais
inusitados, diz Denise. Para o professor de Direito Internacional da UniBrasil, Eduardo Gomes, toda ação humanitária é louvável, mas no caso dos astros são atitudes individuais e se revelam
paliativas. "Eles podem abrir caminhos doando seus cachês para adoções de determinadas políticas de combate a pobreza, por exemplo, mas ainda falta articulação". Gomes considera
ideal quando as estrelas ou autoridades criam fundações ou ONGs, com aparato e proposta de trabalho para uma região em crise. "É preciso mais para se combater a miséria e o abismo que
persiste entre os países centrais e periféricos." OS 10 MAIS Sites como WWW.LOOKTOTHESTARS.ORGchegam a catologar as ações humanitárias de mais de 700 celebridades e definem o ranking
dos 10 mais. O casal do momento Angelina Jolie e Brad Pitt lideram a lista, seguido pelo incansável líder da banda irlandesa U2, Bono Vox. O cantor britânico Elton John também ocupa um bom
lugar no ranking, assim como o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton e apresentadora de tevê, Oprah Winfrey. Dois amigos de Brad Pitt também são citados: George Clooney e Matt Damon. A
organizadora do site, Myrlia Purcell, em entrevista por email à Gazeta do Povo, considera que as celebridades fazem a diferença ao se enjagar em crises humanitárias e ao chamar a atenção
para as atrocidades que ocorrem hoje. "A publicidade do trabalho filantrópico de celebridades é boa para todo mundo. Os famosos são freqüentemente acusados de usar as missões
humanitárias para se promover, mas a caridade não deixa de ser um benefício mesmo assim." Para Purcell, o momento revela uma mudança positiva em que as revistas começam a deixar um
pouco de lado o "velho estilo de fofoca" de celebridades para divulgar as ações sociais dos famosos. "É uma tendência que apoiamos no site Look To The Stars".