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Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram nesta quarta-feira (30) o esperado acordo sobre exploração de minerais e terras raras presentes no país do leste europeu, que neste momento combate as
forças de invasão da Rússia. A assinatura do acordo foi anunciada pelo Departamento do Tesouro americano em comunicado oficial. Segundo o órgão, a medida estabelece o Fundo de Investimento
para Reconstrução EUA-Ucrânia e “marca uma nova etapa da parceria estratégica entre os dois países sob a liderança do presidente Donald Trump”. O Departamento do Tesouro americano disse que
o objetivo do fundo é acelerar a recuperação econômica da Ucrânia “por meio de investimentos estruturados, com foco especial em setores considerados críticos, como energia, infraestrutura e
mineração de minerais estratégicos”. Segundo os EUA, a iniciativa reconhece “o significativo apoio financeiro e material que o povo dos Estados Unidos tem fornecido à defesa da Ucrânia desde
a invasão em larga escala pela Rússia”. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, destacou que a assinatura do acordo representa um compromisso claro da Casa Branca com a "paz e a
soberania" da Ucrânia. “Graças aos esforços incansáveis do presidente Trump para garantir uma paz duradoura, tenho o prazer de anunciar a assinatura deste acordo histórico de parceria
econômica entre os Estados Unidos e a Ucrânia”, afirmou Bessent. A gestão do fundo criado pelo acordo será realizada em conjunto pelo Departamento do Tesouro e pela Corporação Financeira de
Desenvolvimento dos Estados Unidos (DFC), com participação ativa do governo ucraniano. O objetivo é concluir rapidamente a estrutura de governança do programa e iniciar os primeiros aportes
financeiros. O governo ucraniano confirmou que o fundo funcionará com participação igualitária das duas partes e garantirá controle pleno de Kiev sobre seus recursos. “A Ucrânia conserva o
pleno controle sobre seu subsolo, infraestruturas e recursos naturais”, declarou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, em postagem no Telegram. Ele classificou o acordo como “bom,
igualitário e benéfico” para o país. A ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, também confirmou a assinatura do pacto e destacou o potencial de atração de capital internacional.
“Junto com os Estados Unidos, estamos criando o fundo que atrairá a investimento mundial ao nosso país”, escreveu ela em sua conta na rede X. O acordo dará aos Estados Unidos acesso
estratégico a recursos naturais considerados cruciais para a indústria e segurança energética, como gás natural, petróleo, alumínio, cobre, grafite e minerais de terras raras — entre eles
lítio e titânio. Esses insumos são fundamentais para setores como defesa, tecnologia e energia renovável. Por meio do fundo, empresas americanas poderão investir diretamente na extração e no
processamento desses materiais, em cooperação com o governo ucraniano. A reconstrução da infraestrutura e da indústria ucraniana, especialmente nas regiões mais afetadas pela guerra, será
realizada com capital e tecnologia norte-americanos, com prioridade para a extração e comercialização dos minerais críticos. Segundo Bessent, “o acordo envia um sinal claro à Rússia de que a
Administração Trump está comprometida com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera no longo prazo”. O secretário ainda reforçou que a reconstrução do país não
beneficiará aqueles que apoiaram o esforço de guerra russo. “Para deixar claro, nenhum Estado ou pessoa que financiou ou forneceu recursos à máquina de guerra russa poderá se beneficiar da
reconstrução da Ucrânia”, disse Bessent. A iniciativa econômica acompanha os esforços diplomáticos de Washington para encerrar o conflito e assegurar uma nova fase de estabilidade na Europa
Oriental. O texto do acordo não detalha valores iniciais do fundo, mas o Departamento do Tesouro e a DFC indicaram que os aportes começarão imediatamente após a finalização da governança do
programa. O governo da Ucrânia afirmou, em nota conjunta, que espera operacionalizar rapidamente a nova parceria com os Estados Unidos, considerada como “vital” para o futuro econômico do
país. A formalização do acordo encerra semanas de negociações sobre o acesso dos Estados Unidos aos recursos naturais ucranianos, uma prioridade da administração Trump desde o início de seu
segundo mandato. Segundo fontes ligadas às tratativas, o presidente norte-americano havia buscado inicialmente até US$ 500 bilhões em garantias vinculadas à riqueza mineral da Ucrânia como
forma de “compensar” os gastos bilionários dos EUA com ajuda militar desde 2022, durante o governo do presidente democrata Joe Biden. VEJA TAMBÉM: