Cerca de 7 milhões de crianças deverão participar da provinha brasil

Cerca de 7 milhões de crianças deverão participar da provinha brasil

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Cerca de 7 milhões de crianças de 8 anos, segundo estimativa do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC), devem participar no ano que vem da nova versão da Provinha Brasil – que irá avaliar o nível de


alfabetização dos estudantes nessa faixa etária. O exame era aplicado a alunos do 2° ano do ensino fundamental e servia como diagnóstico interno para o professor conhecer o nível de


aprendizagem de seus alunos, sem divulgação dos resultados. Mas, nesta semana, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou que o exame será reformulado para que se tenha um panorama


da alfabetização no país. A prova será um dos principais instrumentos do futuro programa Alfabetização na Idade Certa, que o MEC pretende lançar. Até este ano, a primeira avaliação


"pra valer" que os alunos do ensino fundamental participavam era a Prova Brasil, aplicada no 5° ano, cujos resultados compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb),


indicador que determina a qualidade de ensino oferecido pelas escolas e pela rede de ensino do país. Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, é importante


avaliar as crianças mais cedo para que possíveis problemas sejam detectados precocemente. "Apoiamos a iniciativa porque para fazer um programa que objetiva alfabetizar as crianças na


idade certa é necessário um bom diagnóstico. Para a criança aprender na série seguinte ela tem que estar completamente alfabetizada até o final do 2° ano", defende Priscila. No ano


passado, o Todos pela Educação aplicou um exame amostral para aferir a alfabetização de alunos da mesma faixa etária. Os resultados da Prova ABC apontaram que mais de 40% dos alunos que


concluíram o 3° ano do ensino fundamental não tinham a capacidade de leitura esperada para essa etapa. Para a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a mudança no


perfil da Provinha Brasil pode ter bons resultados nas redes de ensino, a depender da forma como for organizada. A entidade defende que a prova seja aplicada somente aos alunos do 3° ano e


não para os do 2º ano, como era feito até o ano passado. Isso porque no 2° ano a criança teria ainda 7 anos e estaria no meio do processo de alfabetização. O MEC ainda não definiu a amostra,


mas o mais provável é que participem da Provinha alunos do 2° e do 3° ano que tenham 8 anos de idade. "Quando a avaliação é bem utilizada serve para planejar a ação das secretarias e


estimula os professores para que busquem novas estratégias", acredita Cleuza Repulho, presidente da Undime. O principal indicador educacional do país atualmente, o Ideb, permite


atribuir uma nota a cada escola, rede de ensino e estado, além de uma média nacional. O MEC ainda não informou se os resultados da Provinha Brasil chegarão a esse nível de detalhamento – não


se sabe, por exemplo, se cada escola terá sua taxa de alfabetização individual. Priscilla Cruz, do Todos pela Educação, defende que os dados sejam "mais abertos" para que o


governo possa pensar em políticas "personalizadas" para as diferentes realidades. "Isso fará com que o governo possa ter políticas de apoio de acordo com as diferentes


situações e não um pacotão pronto, já que a desigualdade educacional é muito acentuada no país. É preciso atuar de forma mais cirúrgica, afinal não temos um 'aluno médio' ou um


'município médio'", compara.