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Três meses depois da indicação de um perito do Instituto Médico Legal (IML) para o trabalho, ainda não começou de fato a perícia nos prontuários das sete mortes que teriam sido antecipadas
pela médica Virgínia Soares e outros seis funcionários do Hospital Evangélico de Curitiba. O perito indicado ainda está formando equipe para o caso, de acordo com o Ministério Público do
Paraná (MP-PR). As antecipações de morte na Unidade de Terapia Intensiva do Evangélico teriam ocorrido entre 2006 e 2013. O MP acompanha a etapa do processo, mas não considera necessário
acelerar o procedimento em razão da complexidade do caso. Segundo o MP, ele envolve quesitos de alto nível técnico na área da medicina intensiva e anestesiologia. Como foi nomeado um perito,
mesmo com equipe é preciso acompanhar e revisar todo o trabalho. O IMBRÓGLIO Em 29 de outubro de 2014, um perito do IML foi designado pela Polícia Científica para realizar as perícias nos
prontuários dos casos suspeitos. Só após o resultado da perícia é que os réus serão ouvidos pela Justiça. A indicação do perito ocorreu por decisão do juiz da 2.ª Vara do Júri Daniel Surdi
de Avelar. O caso estava parado devido à falta de peritos. Um mês antes, em setembro, o governo do estado, responsável pelas custas nessas circunstâncias, não quis pagar R$ 220 mil para os
peritos indicados pelo juízo. A necessidade da perícia foi aceita por todas as partes no processo. No começo de outubro, criou-se outro obstáculo. Os médicos especializados em anestesiologia
e medicina intensiva do IML declararam suspeição para periciar os prontuários. Apesar disso, outro perito do IML foi indicado e aceitou o caso. Na época, a assessoria de imprensa da Polícia
Científica disse que o perito indicado não é especialista em anestesiologia e medicina intensiva, mas a formação forense o torna capaz de fazer as análises solicitadas pela Justiça. O
problema da demora em começar a perícia é que ela levará meses para ser concluída. Só depois disso os réus serão ouvidos pela Justiça. POLÍCIA CIENTÍFICA A Polícia Científica informou, por
meio da assessoria de imprensa, que está prestando o serviço solicitado pelo juiz do caso. A assessoria afirma que outras informações sobre o caso devem ser solicitadas ao Judiciário. A
reportagem tentou falar com o juiz, mas ele não atendeu a ligação. Desde março de 2013, o caso está na Justiça, após denúncia do MP ser aceita por Surdi de Avelar. O MP sustenta que os
acusados abreviaram a vida de sete pacientes com o objetivo de "girar a UTI", ou seja, abrir novas vagas.