Mello: stf pode mudar jurisprudência no caso battisti

Mello: stf pode mudar jurisprudência no caso battisti

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O decano do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), CELSO DE MELLO, disse nesta quarta-feira (4) que não haverá incoerência se o tribunal mudar a sua jurisprudência e decidir julgar a extradição do


italiano CESARE BATTISTI, apesar de ele ter conseguido o REFÚGIO graças a uma decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro. A atual jurisprudência do STF sobre o assunto é totalmente


favorável a Battisti. "Não há incoerência alguma (na mudança de opinião do tribunal). O STF tem procedido a uma ampla reavaliação de sua jurisprudência em diversas matérias e dado


passos significativos no sentido de alterar. O processo extradicional, como qualquer processo, tem conteúdo eminentemente dialético. Então há teses em conflito e caberá ao Supremo


analisá-las", afirmou o ministro que, por motivos pessoais, não participará do julgamento do caso Battisti. Em 2007, o Supremo concluiu que a concessão do refúgio impedia o julgamento


da extradição. Há um movimento interno no Supremo, capitaneado pelo presidente do tribunal, Gilmar Mendes, para que seja mudada a jurisprudência, permitindo a análise dos pedidos de


extradição mesmo quando o estrangeiro consegue obter o status de refugiado. Ganha corpo a tese de que a lei que prevê o refúgio é apenas uma lei. E que a competência do STF para julgar


extradições está prevista na Constituição Federal, texto superior hierarquicamente às leis. No caso de o STF resolver julgar a extradição, Celso de Mello explicou que o tribunal terá de


decidir se os crimes impostos a Battisti são políticos ou não. Se forem políticos, o italiano não será extraditado. Mas se o tribunal concluir que os assassinatos foram atos de terrorismo,


Battisti deverá ser entregue ao governo italiano. Veja também