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Neste momento, 25% das escolas ainda não receberam todas as verbas relativas a 2014 Mais de uma centena de professores e directores de escolas artísticas concentrou-se hoje diante da sede da
Comissão Europeia em Lisboa para exigir o pagamento atempado das verbas devidas a estes estabelecimentos de ensino. Em causa está o atraso no pagamento das verbas comunitárias destinadas à
maioria das escolas de ensino artístico especializado – como por exemplo, os Conservatórios de Música e de Dança do centro e norte do país – que permitem pagar salários e diversas outras
despesas. Neste momento, "25% das escolas ainda não receberam todas as verbas relativas a 2014 e 76% das escolas ainda não receberam os valores relativos a Janeiro e Fevereiro deste
ano", disse à agência Lusa Pedro Rovira, da direcção executiva dos Conservatórios de Coimbra, Figueira da Foz e Pombal. Em Fevereiro, professores, alunos e directores das escolas
realizaram uma primeira manifestação nacional, exigindo a regularização dos pagamentos, mas passados dois meses sentiram necessidade de voltar a protestar, na rua, na esperança que a
situação seja resolvida. "Para nós os salários em atraso já são uma situação normal. Esta é a nossa normalidade há quatro anos. A única certeza que temos é que nunca recebemos os
ordenados a tempo e horas", disse à Lusa Augusto Lino, da direcção do Conservatório das Caldas da Rainha e professor no Conservatório da Figueira da Foz. Segundo este professor, a
insegurança quanto aos pagamentos é vivida mensalmente por cerca de três mil pessoas que trabalham nas 69 escolas de ensino artístico especializado que dependem de verbas comunitárias. Na
manifestação de hoje, estão presentes partidos políticos e representantes de sindicatos, mas Augusto Lino salientou que a acção de hoje não tem "qualquer tipo de conotação
política". "O problema aqui não é político, é básico, é de ter um salário ao final do mês", acrescentou. Os professores exigem alterações ao modelo de financiamento que
garantam maior estabilidade. O Ministério da Educação informou na semana passada que as transferências financeiras já tinham sido feitas. Porém, a Federação Nacional dos Professores
(Fenprof) insiste que é preciso assegurar os salários sem recurso a programas europeus. "Problema com dimensão crescente é o que sentem aqueles cuja actividade é remunerada a partir de
fundos comunitários, com os quais os governos têm vindo a substituir responsabilidades de financiamento que deveria ser suportado com verbas do Orçamento de Estado", afirmou a Fenprof
no comunicado sore a concentração de hoje. Lusa