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opinião | Notícia O negacionismo de Donald Trump, presidente dos EUA, se manifestou, entre outras medidas, na imediata retirada dos EUA do Acordo de Paris POR GUSTAVO KRAUSE Publicado em
23/02/2025 às 0:00 | Atualizado em 23/02/2025 às 13:57 X NOTÍCIA É o fato ou acontecimento de interesse jornalístico. Pode ser uma informação nova ou recente. Também diz respeito a uma
novidade de uma situação já conhecida. ARTIGO Texto predominantemente opinativo. Expressa a visão do autor, mas não necessariamente a opinião do jornal. Pode ser escrito por jornalistas ou
especialistas de áreas diversas. INVESTIGATIVA Reportagem que traz à tona fatos ou episódios desconhecidos, com forte teor de denúncia. Exige técnicas e recursos específicos. CONTENT
COMMERCE Conteúdo editorial que oferece ao leitor ambiente de compras. ANÁLISE É a interpretação da notícia, levando em consideração informações que vão além dos fatos narrados. Faz uso de
dados, traz desdobramentos e projeções de cenário, assim como contextos passados. EDITORIAL Texto analítico que traduz a posição oficial do veículo em relação aos fatos abordados.
PATROCINADA É a matéria institucional, que aborda assunto de interesse da empresa que patrocina a reportagem. CHECAGEM DE FATOS Conteúdo que faz a verificação da veracidade e da autencidade
de uma informação ou fato divulgado. CONTEXTO É a matéria que traz subsídios, dados históricos e informações relevantes para ajudar a entender um fato ou notícia. ESPECIAL Reportagem de
fôlego, que aborda, de forma aprofundada, vários aspectos e desdobramentos de um determinado assunto. Traz dados, estatísticas, contexto histórico, além de histórias de personagens que são
afetados ou têm relação direta com o tema abordado. ENTREVISTA Abordagem sobre determinado assunto, em que o tema é apresentado em formato de perguntas e respostas. Outra forma de publicar a
entrevista é por meio de tópicos, com a resposta do entrevistado reproduzida entre aspas. CRÍTICA Texto com análise detalhada e de caráter opinativo a respeito de produtos, serviços e
produções artísticas, nas mais diversas áreas, como literatura, música, cinema e artes visuais. O Presidente dos EUA cumpre não somente as promessas de campanha. Vai além. E usa o método
"inundando a área" com centenas de decretos (ordens executivas e similares) que ocupam os espaços midiáticos e inquietam as pessoas. Ao Presidente importa mais "causar" e
tensionar a conjuntura internacional a adotar decisões eficazes. Na questão ambiental, o negacionismo se manifestou na imediata retirada dos EUA do Acordo de Paris, na ratificação de força
dos combustíveis fósseis e na ordem, aparentemente ridícula, de incentivar o governo americano e os consumidores a comprarem canudos de plásticos. A medida está alinhada com a política de
incentivos à indústria de petróleo da qual o "canudinho" é um produto derivado. Evidências revelam que milhões de toneladas de plásticos descartáveis poluem o meio ambiente, os
oceanos, intoxicam a cadeia alimentar e o processo de decomposição leva séculos para eliminar o poluente. No plano global, agrava a ocorrência de eventos que oscilam entre o calor extremo,
frio intenso, secas, enchentes e incêndios devastadoras. Ou seja, a expressão "emergência climática" não é fruto do alarmismo ativista. É a constatação do Painel Intergovernamental
sobre Mudança do Clima - IPCC segundo a qual a temperatura média global do planeta em 2024 ultrapassou pela primeira vez a marca de 1,5º C, comparado aos níveis pré-industriais, ao longo de
11 meses. O futuro chegou arrombando as nossas portas e ameaçando nossas vidas. Se o Presidente dos EUA respeitasse alguns dos seus antepassados a exemplo da obra do notável
anarcoambientalista Henry David Thoreau (1817-1862), escutaria as vozes de Gifford Pinchot (1865-1946) figura central do conservacionismo, movimento político e ambiental em defesa da
proteção da natureza; e de John Muir (1838-1914) que atribuía um valor intrínseco à natureza, tornando-se, assim, fundador do preservacionismo. De fato, ambos influenciaram a agenda
governamental ao incluir um olhar de respeito à natureza na esteira dos impactos do modo de produção capitalista Em 1872, o Presidente Ulysses Grant (1822-1885) criou o primeiro parque
nacional no Estados Unidos e, no mundo, o Yellowstone. Na linhagem naturalista e conservacionista cabe destacar, também, o Presidente Theodore Roosevelt (1858-1919) que assumiu o mandato
(1901-1909) em decorrência do assassinato do Presidente eleito William McKinley (1843-1901) No século atual, o Vice-Presidente Al Gore, em 2000, derrotado por George Bush, em polêmica
eleição, ganhou destaque internacional como pensador e ativista da causa ambiental, com o documentário "Uma Verdade Inconveniente", premiado com o Oscar em 2007 e, junto com Painel
Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas da ONU, com foco no aquecimento global, recebeu o Nobel da Paz. Com Trump, o significado do Parque Nacional de Yellowstone, o exemplo de Al Gore
e os compromissos formalmente assumidos nas diversas conferências internacionais sobre sustentabilidade entraram pelo cano, um cano de plástico, reconhecidamente, uma praga ambiental. Para
os negacionistas, de nada vale a recorrência severa dos desastres ambientais. Zero de compromisso ético com gerações vindouras. Neste ponto, O Brasil, apesar de lamentáveis retrocessos,
segue, diante do mundo, como uma potência ambiental de valor estratégico. Devido à referência a um tipo consagrado pelo Sistema de Unidades de Conservação (SNUC - Lei 9985/2000), o Parque
Nacional, cabe ressaltar que o Brasil acolhe e protege em 75 áreas, todos os biomas com base na relevância ecológica, na beleza cênica em paisagens deslumbrantes, criadas por leis e
administradas pelo Instituto Chico Mendes - ICMBio, por iniciativa da respeitável da Ministra Marina Silva (Lei 11.512/07). Na minha passagem pelo Ministério (1995-1998), tive a
oportunidade, de ver e viver o encantamento de vários deles e, graças a uma equipe multidisciplinar, competente e comprometida com uma relação amorável com Natureza e respeitosa com a
Humanidade, foi possível deixar uma belíssima edição com 36 áreas (Parque Nacionais: SP: Empresas das Artes, 1998), descritiva e fotográfica que encanta e emociona. Difícil não foi tomar a
decisão de realizar o trabalho, mas cumprir com a tarefa que me foi dada pela equipe de escrever a apresentação da obra maravilhosa. PARQUES NACIONAIS: FRAGMENTOS DA VIDA Cartola que me
perdoe, mas as rosas falam Falam do encontro Da chegada Da paixão Falam do desencontro Da partida Da saudade Da beleza Do desespero Do amor Falam e... exalam A Natureza é assim. Fala, exala
e ensina. Ensina que tudo deve estar em ordem Ordem orgânica Simétrica Harmônica Ensina que a vida é uma totalidade Ordem inteira Articulada Rítmica Ensina que tudo funciona em equilíbrio
permanente Ordem rompida Restaurada (Re)Unida Em caminhada Os Parques Nacionais são assim. Fragmentos da totalidade da vida Fruto da vontade humana Sob a proteção da lei Oferta Uns são
recatados Outros, voluptuosos Alguns, horizontais Outros, sinuosos. Todos místicos Uma lindeza Úteis Úteros Neles, estão inscritos raios de sol Rastros de lua Jornada dos ventos A inocência
dos bichos Neles, o tempo faz morada Em séculos de construção Ou em minutos de destruição Sempre, o desafio da conservação", Gustavo Krause, ex-governador de Pernambuco