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A Mancha Verde conquistou nesta terça-feira (5) seu primeiro título no grupo especial do carnaval de São Paulo. A escola de samba formada pela torcida do Palmeiras teve como tema “Oxalá,
salve a princesa! A saga de uma guerreira negra”.
A agremiação passou quase toda a apuração em segundo lugar, atrás da Acadêmicos do Tatuapé – que buscava o tricampeonato. No último quesito, a alviverde foi beneficiada por um problema que
atingiu uma alegoria da adversária: a escola da zona leste fez desfile com uma tela de LED apagada após problemas técnicos.
“Estávamos desde 2000 esperando, mas deu certo, conseguimos construir uma estrutura [para vencer]. Aquela taça ali, para mim, é coisa mais importante até do que o meu aniversário”, contou à
Jovem Pan o vice-presidente da agremiação, Rogério Carneiro. Além de vitorioso no carnaval, ele completa mais um ano de vida nesta terça.
Discutindo a escravidão, o direito do povo negro e das mulheres, além da intolerância religiosa, a mancha contou a história da princesa africana Aqualtune, a avó de Zumbi dos Palmares – que
apareceu em escultura de canos de metal que pesava duas toneladas.
Durante o desfile, que aconteceu na primeira noite do carnaval paulistano, à frente da bateria, Viviane Araújo viu os mestres subirem em “escadas” como parte de uma coreografia para reger as
centenas de ritmistas da afinada agremiação .
Uma das alas que arrepiou mesmo os que não eram palmeirenses – mostrou um mar vermelho do sangue de escravos. Outra exibiu passistas com mãos acorrentadas e barrigas de grávidas, em
representação de escravas que eram utilizadas para reprodução.
A escola retratou com majestade a realidade que assombrou o Brasil por anos. O resultado foi reconhecido pelos jurados do carnaval, que garantiram o primeiro título da agremiação, que volta
a se apresentar na sexta (8), no Desfile das Campeãs.