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INVESTIGAÇÃO Mulher vendia terrenos e vítimas só descobriam que não eram donas quando começavam a construção da casa ou quando registravam matrícula no cartório Por Maria Eduarda Gazzetta 29
de dezembro de 2021, às 07h52 • Última atualização em 29 de dezembro de 2021, às 10h08 Link da matéria:
https://liberal.com.br/cidades/sumare/presa-em-sumare-falsa-advogada-e-alvo-de-oito-inqueritos-por-venda-de-terrenos-1685223/ peração contou com a participação de 12 promotores dos núcleos
Campinas e Sorocaba e mais de 60 policiais civis - Foto: Governo do Estado de São Paulo. Uma mulher, de 44 anos, que se apresentava como advogada, foi presa em Sumaré na última quinta-feira
(23). Francis Barbara Teodoro Aguiar é alvo, há dois meses, de oito inquéritos policiais por venda falsa de terrenos, principalmente em Monte Mor e no Jardim Paulistano, em Sumaré. Ela foi
encaminhada para a Cadeia Feminina de Votorantim. O delegado do 1º Distrito Policial de Sumaré, Marcelo Moreschi, responsável pelas investigações do caso, explicou ao LIBERAL que Francis
aplicava, há pelo menos 15 anos, o golpe. Ela anunciava pela internet terrenos a venda nas duas cidades. Quando o interessado a procurava, ela se apresentava como advogada e como procuradora
pela compra do terreno. Francis, então, firmava contrato de instrumento particular de compromisso de compra e venda do imóvel, com a desculpa de que tinha um contrato de gaveta. O valor da
venda era depositado diretamente na conta dela. Os trâmites eram realizados por meio do escritório “Manfrin e Teodoro Advogados Associados”, cujo sobrenomes são da mãe e pai de Francis,
respectivamente. “Ela passava o contato dela e o endereço de onde morava, no Franceschini, aos interessados na compra. Essas vítimas acreditavam no que Francis dizia e muitas delas, só
tiveram conhecimento [do falso terreno] quando começaram a construir uma casa ou quando foram registrar a matrícula em cartório. Aí descobriram que era tudo mentira, que ela não era dona”,
explicou o delegado. O delegado afirmou ainda que na última quinta-feira, uma vítima relatou às autoridades policiais que Francis dizia que o terreno era dos pais e que estaria vendendo por
eles. “Já ciente dos problemas e que se intitulava como advogada, fui com a equipe, trouxemos para a delegacia, onde recebeu voz de prisão”, esclareceu Marcelo. O delegado disse que no
passado foram registrados, pelo menos, cerca de dez inquéritos policiais de estelionato contra Francis. “Na audiência com o juiz, ela fazia acordo com a vítima e não pagava, pagava uma
parcela e a segunda não pagava. Com isso, o inquérito arquivava e [a vítima] tinha que entrar com uma ação de execução de título extrajudicial”, relatou. 📲 RECEBA AS NOTÍCIAS DO LIBERAL NO
WHATSAPP Com os golpes aplicados e registrados na delegacia, o delegado estima um prejuízo de R$ 1 milhão. Agora, o delegado adiantou à reportagem que encaminhou um ofício para a OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) para saber quando a carteira de estagiária de direito de Francis foi cancelada. “Ainda temos alguns outros passos que não podemos adiantar para não atrapalhar as
investigações”, finalizou. O advogado de Francis, Alexandre Passos foi procurado pela reportagem, mas até o fechamento desta matéria, não se manifestou.