2021: sem o ônus e o bônus do carnaval

2021: sem o ônus e o bônus do carnaval

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Aquela gente radical que vê o Carnaval apenas como uma grande festa de malandros, pagã e impura, certamente, regozija-se pela não realização do evento neste ano. Deve odiar marchinha, samba,


pagode, axé, frevo, fantasia e a alegria dos outros. Esperneia por causa do gasto de dinheiro do contribuinte com algo que não curte. Então, têm direito de reclamar também os que não gostam


de esporte, Natal, Réveillon, Boi de Mamão, procissão e por aí vai. Os governos governam para todos, não só para um grupo, pois devem atender a população em sua pluralidade. Carnaval 2021:


sem fantasia, confete e serpentina – Foto: Pixabay/Divulgação/ND Quando a administração pública investe recursos na estrutura e na produção de eventos do tipo, óbvio, espera retorno


institucional, político e, calculadamente, financeiro. O Carnaval, em todas as suas frentes (escolas de samba, blocos, bailes públicos e de salão), movimenta bilhões de reais que sustentam


incontáveis famílias direta e indiretamente, além dos cofres públicos, que enchem com os impostos repassados por toda a cadeia turística, comércio e serviços. Desta vez, este bônus não virá.


Fora isso, a festa secular está enraizada culturalmente em qualquer município do país. Todos os brasileiros cresceram sabendo quem é o Rei Momo, assim como o Papai Noel.