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As crianças portuguesas entre os seis e os 14 anos, que nasceram já num mundo digital, têm uma relação "forte com as tecnologias", conclui o estudo 'Alphaverso -
Descodificando a geração do futuro", que identificou quatro perfis distintos. O estudo, que foi realizado em 2024 pela Mediabrands e incide sobre a geração Alpha, nascida pós 2010,
"evidencia que as crianças desta faixa etária (...) mantêm uma relação forte com as tecnologias, embora os seus comportamentos e motivações apresentem diferenças significativas, tendo
sido identificados quatro perfis muito distintos que refletem a diversidade de interesses e atitudes". Leia Também: Caneta com IA pode detetar doença de Parkinson a partir da escrita à
mão Entre os perfis constam o 'thrill seekers', que gostam de desafios e superação, procurando emoções na relação com as tecnologias e conteúdos, com destaque para videojogos e
vídeos/séries/filmes e os 'theme enthusiasts', que focam os seus interesses em temas ou paixões específicas e usam a tecnologia para explorar esses temas e associar-se a
comunidades 'online' relacionadas. Os outros dois são 'creative', motivados pela expressão criativa, procuram tutoriais e conteúdos que estimulam a sua criatividade e por
vezes já produzem os seus próprios conteúdos e os 'socializers', que usam a tecnologia para manter contacto com a sua comunidade, tanto 'online' como
'offline'. Os resultados "demonstram uma forte presença da tecnologia na vida desta geração", sendo que "a televisão e o 'smartphone' são os equipamentos
mais desejados e também os mais utilizados" diariamente. Sobre os 'smartphones', "o uso dos equipamentos de familiares intensifica-se a partir dos 8 anos, mas a idade
média de acesso autónomo ou com equipamento próprio situa-se nos 10 anos". Com acesso a uma diversidade de equipamentos, as crianças "apresentam um consumo de meios abrangente e
regular, com destaque para o alcance dos meios digitais e da televisão (incluindo os canais convencionais e as plataformas de 'streaming')". A maioria (92%) das crianças
utiliza a Internet, 88% assiste à TV, 83% faz videochamadas e 80% assistem a vídeos 'online'", níveis de consumo e autonomia que aumentam a partir dos 10 anos. YouTube, TikTok
e WhatsApp lideram as preferências: quase metade (49%) das crianças têm autonomia para escolher o que quer assistir no YouTube e 83% usa as redes sociais de forma independente. A utilização
de jogos eletrónicos "revela maior controlo parental, com apenas 14% das crianças a jogarem livremente, sem acompanhamento dos adultos". A televisão "continua a liderar o
'ranking' das atividades mais referidas pelos pais e mães" como parte diária dos filhos. A Internet e os jogos eletrónicos "ganham maior destaque" aos fins de
semana, enquanto a televisão "mantém uma presença mais constante", "sendo vista pela maioria (84%) tanto durante a semana como no fim de semana". A partir dos nove anos,
"os meninos são os que mais brincam sozinhos e os que mais usam tecnologias nesses momentos", a jogar consolta ou usar telemóvel, computador ou 'tablet', enquanto
"as meninas a partir dos 11 anos são as que mais afirmam gostar de realizar atividades sozinhas", assistindo a vídeos, filmes ou séries, além de usar o telemóvel e as redes
sociais. "Constatámos que as crianças encaram desde cedo a tecnologia como uma ferramenta com uma função transversal importante para o seu entretenimento, mas também com uma forte
componente de inspiração, cumprimento de obrigações, atualização e socialização", afirma Rui Almeida, diretor de Insights do grupo IPG Mediabrands. O estudo teve o apoio do Google e
recolha de dados pela IPSOS Apeme e analisou o consumo de media e a relação com as tecnologias das crianças portuguesas entre os seis e os 14 anos residentes em Portugal continental. A
metodologia combinou a abordagem qualitativa (entrevistas individuais e em dupla com pais e crianças e visitas etnográficas a casa das famílias) e quantitativas (inquéritos a pais e filhos
de 600 famílias, com amostra representativa a nível nacional). Leia Também: "A Inteligência Artificial está a transformar profundamente a educação"