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"Propusemos uma reunião em Istambul, a 02 de junho, para a segunda ronda de negociações. Até agora, tanto quanto sei, não recebemos qualquer resposta", afirmou Dmitri Peskov, na
conferência de imprensa telefónica diária. Peskov disse ser necessário que a Ucrânia confirme "a vontade de prosseguir as negociações ou fazer o contrário", segundo a agência de
notícias espanhola EFE. O porta-voz do Presidente Vladimir Putin rejeitou as exigências ucranianas de que a Rússia entregue o memorando de acordo e as condições para um cessar-fogo o mais
rapidamente possível. "Precisamente, a Rússia propôs reunir-se na segunda-feira em Istambul e iniciar a discussão sobre estes projetos. É por isso que fazer exigências imediatas não é
construtivo", afirmou. A Ucrânia considera a decisão de abordar o conteúdo dos memorandos em Istambul sem os estudar primeiro como uma tática dilatória da Rússia, que invadiu o país
vizinho em fevereiro de 2022. As conversações diretas começaram em 16 de maio, na cidade turca de Istambul, sem resultados sobre um eventual cessar-fogo, com as duas partes a concordarem em
mais uma troca de prisioneiros de guerra. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, apelou na quarta-feira a todos os países que "estão sinceramente interessados no
êxito do processo de paz" para que apoiem a realização de uma nova ronda de negociações diretas em Istambul. "A nossa delegação, chefiada por Vladimir Medinsky [conselheiro do
Kremlin], está pronta a apresentar o memorando à delegação ucraniana, dando as explicações necessárias", afirmou. No contacto de hoje com os jornalistas, Peskov denunciou ameaças contra
a família de Medinsky, antes da provável segunda ronda de conversações em Istambul. "Esta é uma situação completamente ultrajante. As ameaças não são dirigidas diretamente ao
negociador principal, mas à sua família. É um caso sem precedentes", afirmou. Peskov disse ser essencial determinar a origem das ameaças. "Se a fonte destas ameaças for a Ucrânia e
o regime de Kyiv, a situação seria completamente escandalosa", afirmou. O Comité de Investigação russo anunciou a abertura de um processo penal na sequência das ameaças contra a
família de Medinsky. Os meios de comunicação social denunciaram a inclusão de Medinsky na "lista negra" da Ucrânia, conhecida como "Mirotvorets". Segundo a agência de
notícias TASS, além do próprio Medinsky, a lista inclui informações sobre a mulher do conselheiro presidencial, filhos, pai e irmã. Lavrov negou anteriormente que Moscovo tivesse recebido
sinais de Washington sobre a conveniência de substituir Medinsky nas negociações com Kyiv, como sugerido pela imprensa norte-americana. "Se os Estados Unidos quiserem comunicar-nos
alguma coisa, sabem como fazê-lo sem cair na forma humilhante de espalhar rumores", disse o chefe da diplomacia russa. Lavrov afirmou que os membros da delegação russa são nomeados pelo
Presidente Putin e não pelos "líderes ou representantes de outros países". Leia Também: Rússia acusa Trump de tornar economia global "extremamente instável"