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"Vamos aumentar as tarifas sobre o aço nos Estados Unidos de 25% para 50%, o que dará ainda mais segurança à indústria no país", anunciou o presidente num comício em Pittsburgh, na
Pensilvânia, onde celebrou o acordo de investimento entre a siderurgia japonesa Nippon Steel e a empresa norte-americana U.S. Steel. Uma nota oficial da Casa Branca na rede social X
especificou que a medida entrará em vigor "na próxima semana", noticiou a agência France-Presse (AFP). O preço dos produtos siderúrgicos aumentou cerca de 16% desde que o
republicano se tornou presidente, de acordo com o índice de preços no produtor do governo. "Ninguém conseguirá contornar" estas tarifas, garantiu Donald Trump no palanque, perante
os trabalhadores que usavam capacetes e casacos de trabalho com faixas refletoras. Após o anúncio das novas tarifas, os participantes gritaram "EUA, EUA" na sala. O anúncio do
líder republicano surge apenas um dia depois de um tribunal de recurso ter levantado o bloqueio do Tribunal de Comércio Internacional (TCE) a grande parte da política tarifária de Trump
sobre as importações de vários países. Este bloqueio não terá afetado as tarifas sobre o aço, mas sim as anunciadas em 02 de abril, que consistem numa tarifa global de 10% sobre praticamente
todos os parceiros comerciais dos EUA. Além disso, terá também bloqueado uma parcela - que estava congelada até julho para a assinatura de acordos - que varia de país para país com base nos
défices e volumes comerciais e a que a Casa Branca chamou "tarifas recíprocas". Os EUA têm um défice comercial com o resto do mundo há 49 anos consecutivos. O presidente dos EUA
elogiou ainda a fusão que o próprio aprovou na semana passada entre a US Steel e a sua concorrente japonesa Nippon Steel, sobre a qual foram divulgadas até ao momento poucas informações.
"O mais importante é que a US Steel continuará sob o controlo dos Estados Unidos, caso contrário, não teria fechado este acordo", frisou Donald Trump, garantindo que a Nippon Steel
irá injetar 14 mil milhões de dólares "no futuro" da US Steel. O acordo, ao qual o próprio Donald Trump se opôs durante muito tempo, tornou-se central para a campanha presidencial
americana de 2024, uma vez que diz sobretudo respeito à Pensilvânia, um Estado estratégico do ponto de vista eleitoral, que é também o berço da siderurgia nos Estados Unidos. Desde que
regressou à Casa Branca (presidência), em janeiro, Trump anunciou medidas tarifárias contra a grande maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, algumas das quais foram suspensas
temporariamente até 09 de julho, devido à reação negativa dos mercados. As medidas em vigor incluem tarifas de 25% sobre o aço, o alumínio e os seus derivados, 25% sobre os automóveis
importados e certas peças automóveis, juntamente com uma tarifa de base de 10% aplicável a todos os seus parceiros comerciais. Para a União Europeia (UE), esta tarifa de 10% poderá aumentar
para 20% após o termo da atual pausa dos Estados Unidos em julho. Na sequência da imposição dos direitos aduaneiros, os Estados Unidos já celebraram acordos comerciais com o Reino Unido e a
China para reduzir as taxas e aumentar o acesso a esses mercados. Leia Também: Trump dá conselho matrimonial insólito a Macron após vídeo viral