Primeiro-ministro do sudão diz que "objetivo é estabelecer paz duradoura"

Primeiro-ministro do sudão diz que "objetivo é estabelecer paz duradoura"

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"Tenho uma mensagem para a comunidade internacional e regional. O nosso principal objetivo no Sudão é estabelecer uma paz duradoura. Estão convidados a juntarem-se a mim neste


apelo", disse Idris, na primeira conferência de imprensa desde a sua nomeação. O primeiro-ministro, nomeado em 19 de maio pelo líder do exército, general Abdelfatah al Burhan, apelou


também aos países ocidentais e do Médio Oriente para que "trabalhem com o Sudão na promoção de parcerias produtivas para a reconstrução efetiva do país", devastado por mais de dois


anos de violência. "Trabalharemos para fazer respeitar a justiça, a paz, o Estado de direito e o desenvolvimento sustentável, para fornecer aos cidadãos eletricidade, água, educação e


serviços de saúde, além de lutar contra a corrupção e a pobreza", declarou. Segundo Kamel Idris, as "prioridades nacionais" são agora garantir a segurança do país e


"acabar completamente com a rebelião" do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), que nos últimos meses foi expulso da capital, Cartum, mas controla vastas zonas do oeste e


do sul do Sudão. Para que tal aconteça, pediu "aos países que os apoiam para que cessem completamente estes atos criminosos", numa referência velada aos Emirados Árabes Unidos


(EAU), acusados de serem o principal garante dos paramilitares, embora o Estado do Golfo o negue. O primeiro-ministro disse que outra prioridade é "reanimar a economia" e aumentar


as exportações, melhorar a indústria, a agricultura e apoiar as empresas sudanesas, enquanto afirmou que vai trabalhar para "promover um diálogo nacional inclusivo entre os sudaneses,


sem excluir ninguém" e rejeitando "preconceitos e racismo". Apesar da guerra em curso, o Governo sudanês, controlado pela junta militar de al-Burhan, tem insistido que está a


trabalhar na fase de transição para realizar eleições democráticas, redigir uma nova Constituição e permitir que um Governo civil assuma o controlo do país sem a interferência do exército.


Al-Burhan e o líder das FAR, Mohamed Hamdan Dagalo - também conhecido como Hemedti -- levaram a cabo um golpe de Estado em 2021 que depôs o Governo civil do então primeiro-ministro, Abdullah


Hamdok, mas dois anos depois iniciaram uma guerra que causou dezenas de milhares de mortos e cerca de 13 milhões de deslocados, segundo organizações internacionais. Leia Também: Violência


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