Alemã annalena baerbock eleita presidente da assembleia-geral da onu

Alemã annalena baerbock eleita presidente da assembleia-geral da onu

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Baerbock, que conseguiu 167 dos 88 votos necessários para garantir a vaga, será a quinta mulher a assumir o cargo, que é renovado anualmente, em comparação com os 75 homens que o ocuparam ao


longo dos 80 anos de história das Nações Unidas. "Hoje, vivemos tempos desafiantes. Caminhamos sobre uma maré de incertezas. (...) Mas cabe-nos a nós enfrentar esses desafios. Podemos


vir de diferentes regiões, de diferentes origens. Podemos ver o mundo de forma diferente. E até podemos discordar, por vezes. Mas quando nos reunimos, na ONU, estamos todos unidos por esta


visão comum e pelos princípios fundadores das Nações Unidas" afirmou Baerbock após ser eleita. "A Carta da ONU é e continuará a ser o fundamento irrevogável do nosso


trabalho", frisou. A política alemã de 44 anos substituirá no cargo o camaronês Philémon Yang. O antigo primeiro-ministro dos Camarões considerou "apropriado" que, neste marco


dos 80 anos desde a criação da ONU, a liderança da Assembleia-Geral "recaia sobre alguém cuja carreira foi definida por um compromisso inabalável com o multilateralismo". A


eleição de hoje seguiu a rotação regional estabelecida, que para este ano determinou a escolha de um candidato do "Grupo da Europa Ocidental e Outros Estados", para a qual a


Alemanha garantiu o lugar após negociações com Estados-membros. A presidência de Annalena Baerbock terá como base o lema "Melhor Juntos", com a ex-MNE alemã a afirmar que pretende


dialogar com todos os Estados-membros da ONU para construir consensos para que "as Nações Unidas possam servir as gerações presentes e futuras". A última mulher a ocupar o cargo


foi a equatoriana María Fernanda Espinosa, eleita para o mandato iniciado em setembro de 2018. Embora a função de presidente da Assembleia-Geral não tenha a mesma importância do cargo de


secretário-geral das Nações Unidas, o facto de ser uma mulher é considerado altamente simbólico num momento em que crescem os pedidos para que a liderança da ONU também seja ocupada por uma


mulher, algo que nunca aconteceu antes.   Após a eleição da política alemã, o secretário-geral da ONU, António Guterres, recordou que Annalena Baerbock chega ao cargo "num momento


difícil e incerto para o sistema multilateral", com conflitos, catástrofes climáticas, pobreza e desigualdade a continuarem "a desafiar a família humana". "A desconfiança


e as divisões são abundantes", frisou, defendendo ser este o momento para união, para forjar soluções comuns e agir para enfrentar os desafios. "A visão da presidente eleita


Baerbock --- "Melhor Juntos" --- é um grito de guerra inspirador para o mundo de hoje e para o sistema global de resolução de problemas, personificado pelas Nações Unidas, para


enfrentar estes desafios", avaliou Guterres. O ex-primeiro-ministro português, que encerra no próximo ano o seu segundo e último mandato, enalteceu o "significado histórico"


de a política alemã ser apenas a quinta mulher a ser eleita presidente da Assembleia-Geral e ofereceu-lhe o seu "total apoio" ao assumir esta "importante


responsabilidade". A Assembleia-Geral é o órgão no qual os 193 Estados-membros da ONU se sentam em pé de igualdade e tem uma função exclusivamente representativa, uma vez que o


verdadeiro poder é exercido pelo Conselho de Segurança (com capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo), que conta com cinco potências como membros permanentes e com


direito de veto: Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França.  Os poderes do presidente da Assembleia-Geral incluem a supervisão do orçamento da ONU, a nomeação dos membros


não-permanentes para o Conselho de Segurança e a condução do processo de nomeação do secretário-geral da ONU.  Outras atribuições incluem receber relatórios de outras áreas das Nações


Unidas, fazer recomendações na forma de resoluções, bem como estabelecer vários órgãos subsidiários.  O professor catedrático e político português Diogo Freitas do Amaral foi presidente da


50.ª Assembleia-Geral da ONU entre setembro de 1995 e setembro de 1996.  A 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU terá início no próximo mês de setembro.  [Notícia atualizada às 17h36] Leia


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