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A votação começou às 06h00 (22h00 de segunda-feira em Lisboa) em 14.295 mesas de voto em todo o país e cerca de seis milhões de pessoas já tinham votado nas primeiras quatro horas. Outras 15
milhões de pessoas já tinham votado durante o período de votação antecipada, que decorreu entre 29 e 30 de maio, de acordo com a Comissão Eleitoral Nacional. As urnas irão encerrar às 20:00
(meio-dia em Lisboa) e observadores afirmam que o vencedor pode ser anunciado ainda antes da meia-noite em Seul. O vencedor assumirá o cargo imediatamente, logo após a confirmação dos
resultados pela Comissão Nacional de Eleições sul-coreana, sem o habitual período de transição de dois meses. Entre os principais candidatos está Lee Jae-myung, do Partido Democrático, que,
de acordo com uma sondagem divulgada na semana passada pela Gallup Korea, lidera as intenções de voto com 49% das intenções de voto apuradas. Numa publicação feita hoje na rede social
Facebook, Lee pediu aos eleitores que "emitam um julgamento severo e resoluto" contra os conservadores, face à crise política criada pela imposição da lei marcial. O Tribunal
Constitucional confirmou a destituição de Yoon em abril, obrigando à realização de eleições no prazo de 60 dias, conforme estipulado pela Constituição do país asiático. A tentativa de Yoon
de tomar o poder, alegando ameaças de "forças inimigas do Estado" e da Coreia do Norte, foi precedida por meses de paralisia política. Num dos últimos discursos de campanha, na
segunda-feira, Lee Jae-myung alertou para os alegados perigos de uma eventual vitória de Kim Moon-soo, candidato do Partido do Poder Popular, que apoiava o ex-presidente Yoon Suk-yeol. A
vitória de Kim - que segundo sondagens recolhia 35% das intenções de voto - significaria "o regresso das forças rebeldes, a destruição da democracia e a privação dos direitos humanos
das pessoas", considerou Lee Jae-myung. Na direção oposta, Kim Moon-soo alertou que uma vitória de Lee Jae-myung lhe permitiria lançar retaliações políticas contra os rivais e
implementar leis para o proteger de vários problemas legais, uma vez que o Partido Democrático controla o Parlamento. Lee Jae-myung "está agora a tentar tomar todo o poder na Coreia do
Sul e estabelecer uma ditadura semelhante à de [Adolf] Hitler", disse Kim Moon-soo, num comício na cidade de Busan, no sudeste do país. A campanha ficou marcada pela ausência de um
debate sobre a política externa da Coreia do Sul, apesar dos Estados Unidos terem imposto taxas alfandegárias de 25% sobre as importações oriundas do país asiático, e da persistente ameaça
da Coreia do Norte, com a qual Seul continua tecnicamente em guerra. Internamente, o país enfrenta um acentuado declínio da taxa de natalidade --- atualmente fixada em 0,75 por mil
habitantes, uma das mais baixas do mundo ---, indício de uma profunda crise demográfica. Leia Também: Eleitores sul-coreanos escolhem sucessor de Yoon em clima de crise