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O diretor da Unidade Multidisciplinar de Ginecologia Oncológica do Centro Clínico Champalimaud disse serem "muitas as vantagens da cirurgia robótica nas doentes com cancro
ginecológico", adiantando que o maior impacto da inovação é no do endométrio, que representa 90% dos cancros do útero. Henrique Nabais apontou como vantagens "a segurança
oncológica e cirúrgica" do tratamento e o facto de se tratar de uma "abordagem minimamente invasiva", o que se traduz "num menor risco de complicações cirúrgicas".
"O tempo cirúrgico nos casos de maior complexidade é menor em comparação com as outras abordagens. Outra vantagem a referir é a melhor ergonomia, que reduz de forma significativa o
cansaço do cirurgião, o que, sem dúvida, aumenta a segurança cirúrgica e reduz o tempo cirúrgico", nota ainda o médico, citado num comunicado da empresa Excelência Robótica, responsável
pelo sistema robótico da Vinci. Além deste, também é utilizado no tratamento do cancro em Portugal o robô cirúrgico Versius, do fabricante CMR, segundo informação divulgada
'online' pelo Hospital Lusíadas, que adianta que a tecnologia será utilizada "sobretudo nas especialidades de Urologia, Cirurgia Geral, Ginecologia e Cirurgia Torácica".
Segundo David Subirá, coordenador de Urologia do Hospital CUF Tejo, "a cirurgia robótica tem dois benefícios claros no tratamento do cancro urológico (...) é uma abordagem minimamente
invasiva que permite reduzir possíveis complicações cirúrgicas e melhorar a recuperação no pós-operatório, diminuindo o tempo de internamento hospitalar". "A precisão e a visão
extraordinária proporcionadas pela cirurgia robótica permitem uma remoção mais precisa do tumor, ao mesmo tempo que se preservam estruturas saudáveis essenciais para manter funções que
poderiam ser afetadas pela cirurgia. Por exemplo, na cirurgia para tratamento do cancro do rim, reduz o risco de perda da função renal, e na cirurgia do cancro da próstata melhora os
resultados em termos de continência e função sexual", o que "permite preservar a qualidade de vida das pessoas", indica no mesmo comunicado. Segundo o último relatório do
Registo Oncológico Nacional (RON), foram diagnosticados 60.717 novos casos de cancro em 2021, a segunda causa de morte em Portugal, com registo de 27.577 óbitos. Segundo o RON, os cancros da
mama, colorretal, próstata e pulmão foram os mais frequentes em 2021, ano em que se observou um aumento de 5% no número de novos casos face a 2019. Dados do Programa Nacional para as
Doenças Oncológicas (PNDO), da Direção-Geral da Saúde (DGS), revelados hoje mostram que a taxa de mortalidade por cancro de cólon e reto, estômago, próstata e pulmão baixou entre 2018 e
2022, enquanto a relativa ao da mama estabilizou. Leia Também: Cordão humano com 4,5 km em Évora sensibiliza para prevenção do cancro