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O GOL já reconhecia como maçons os membros da Grande Loja Feminina de Portugal, exclusivamente feminina, do Grande Oriente ibérico e do Direito Humano, ambas mistas, mas não admitia
iniciações de mulheres nas suas lojas. A decisão do parlamento maçónico integra-se "num processo de revisão constitucional" e resultou da iniciativa do atual grão-mestre, Fernando
Cabecinha, "após a audição de todas as Lojas e Irmãos do GOL, durante os últimos três anos, permitindo uma grande reflexão e debate em toda a Obediência". Em entrevista à Lusa, em
2023, Fernando Cabecinha explicou que as 103 lojas que compõem a obediência maçónica mais antiga de Portugal foram ouvidas sobre a iniciação de mulheres e a maioria aprovou a sua entrada.
"Posso dizer que neste momento há uma vontade maioritária do povo maçónico no sentido de que o GOL seja uma obediência" onde trabalham "lojas masculinas, femininas ou
mistas", disse, reconhecendo que a "questão da iniciação das mulheres ao Grande Oriente Lusitano é um processo muito delicado" porque exige vários procedimentos e pode obrigar
à alteração da constituição maçónica. Esse processo terminou agora com a decisão da Grande Dieta, presidida pelo ex-autarca de Coimbra Manuel Machado, que aprovou "por maioria
qualificada de 2/3 dos seus membros a admissão de mulheres no Grande Oriente Lusitano", afirmou a mesma fonte. O GOL - segunda obediência mais antiga da Europa continental, fundado em
1802 -- tem atualmente, segundo a mesma fonte, 2.400 membros, e "integra o ramo da Maçonaria adogmática e liberal, na defesa de uma sociedade mais justa e fraterna e da dignidade
humana". Leia Também: Maçonaria expressa pesar e tristeza pela morte de Francisco