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Exclusivo para assinantes O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e integrantes da equipe econômica mostram, nos bastidores, certa irritação com as frequentes críticas do presidente Lula à
alta taxa de juros e ao Banco Central. * FORA DA AGENDA: Lula se encontra com favorito para assumir comando da Abin após atos golpistas * LEIA TAMBÉM: Revista dos EUA descreve rotina de
Bolsonaro na Flórida: 'Espetáculo bizarro' * REAÇÃO POLÍTICA: Fator Arthur Lira faz Valdemar enquadrar bolsonaristas do PL pela primeira vez Nesta segunda-feira, Lula voltou ao
tema na posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES. Durante a cerimônia, disse que o Brasil tem uma "cultura" de juros altos que "não combina com a necessidade de
crescimento" do país. Criticou ainda o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve a taxa básica de juros em 13,75%. Quando retornou do Fórum Econômico Mundial em
Davos, no mês passado, Haddad se mostrou animado. A leitura do ministro foi a de que conseguiu passar os recados que queria durante a agenda na Suíça. No entanto, após chegar ao Brasil e se
deparar com as primeiras críticas de Lula à autonomia do BC e a alta de juros, brincou com interlocutores dizendo que "voltaria" para Davos. Após a publicação da nota, o ministro
Fernando Haddad entrou em contato com a coluna e disse que “repudia esse tipo de intriga”. Afirmou ainda que se vê como um “colaborador do presidente Lula”, com quem “discute lealmente todos
os assuntos”. * HABITAÇÃO: No novo Minha Casa Minha Vida, governo quer financiar imóveis de até R$ 150 mil para mais pobres * LAURO JARDIM: Trio da Americanas contrata executivo para
presidir sua holding As críticas de Lula na seara econômica têm se intensificado. Na avaliação da equipe econômica do governo, elas geram ruídos e dificultam o trabalho. Por se tratar de
falas de Lula, é consenso que não há espaço para que essas manifestações sejam rebatidas publicamente. A leitura do time de Haddad e do próprio ministro é que hoje a energia precisa estar
concentrada na reforma tributária e na medida provisória que retoma o voto de desempate a favor do governo nos julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). As falas
de Lula, no entanto, têm tornado esse caminho mais difícil.