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Exclusivo para assinantes A Saraiva demitiu, nesta quarta-feira, todos os funcionários de suas lojas físicas e passará a operar apenas como site de e-commerce, disseram fontes à coluna. O
corte parece ser o desfecho melancólico de uma marca centenária que já foi a maior rede de livrarias do Brasil, mas sucumbiu à crise de um modelo que apostava em megastores e na venda de
eletrônicos. * LEIA MAIS: ACIONISTA DA SARAIVA VENDE QUASE TODOS OS PAPÉIS E ‘SAI ATIRANDO’ * VEJA TAMBÉM: OPPORTUNITY VAI LANÇAR RESIDENCIAL DE R$ 60 MILHÕES NO REVIVER CENTRO 2 A
informação sobre os cortes foi inicialmente publicada pelo site especializado PublishNews e confirmada pela coluna junto a fontes próximas à companhia. A Saraiva vinha fechando lojas em
ritmo acelerado nos últimos meses — desde meados de junho, foram pelo menos 30 — e mantinha apenas cinco livrarias abertas. Essas unidades ficam em São Paulo (4) e em Campo Grande. Ao fechar
as lojas físicas, a Saraiva praticamente deixa de existir, uma vez que seu e-commerce tem desempenho financeiro irrisório. No segundo trimestre, a receita das lojas físicas foi de R$ 7,2
milhões, enquanto o e-commerce vendeu apenas R$ 128 mil ao longo de três meses — ou apenas R$ 1,4 mil por dia. Não está claro quantos funcionários estão sendo demitidos. De acordo com
denúncias feitas pela ex-conselheira fiscal Francine Bruscato, que renunciou ao cargo esta semana, a companhia não vinha pagando verbas rescisórias de trabalhadores demitidos com o
fechamento de lojas. A demissão em massa ocorre às vésperas de uma assembléia em que será votada uma mudança societária no negócio, convertendo ações preferenciais (sem voto) em ações
ordinárias (com voto). A operação vai mudar o controle da Saraiva, hoje nas mãos da família fundadora e ocorre após a conversão de dívidas em participação ter elevado o número de ações
preferenciais (sem voto) para além do limite previsto na Lei das SA. Só que o critério de conversão aprovado — uma ação preferencial vai virar uma ação ordinária — foi considerado injusto
por Alyssa Bruscato, que chegou a ter 15% do capital votante da empresa e travava guerra com a família controladora. Ela, que é filha de Francine Bruscato, vendeu praticamente todos os seus
papéis na semana passada. O QUE VOCÊ PRECISA SABER AGORA NA HOME Tarifas Licenciamento e IPVA 2025 no RJ: Saiba como emitir guias de pagamento Saúde Quanto tempo as pessoas vivem após um
diagnóstico de demência? A coluna entrou em contato com a Saraiva pedindo um posicionamento sobre a notícia, mas a companhia ainda não se pronunciou. * SAIBA MAIS: Disputa bilionária por
vagas de medicina volta ao STF esta semana A Saraiva está em recuperação judicial desde 2018, quando acumulava R$ 675 milhões em dívidas junto 1,1 mil credores. À época, a rede tinha 85
lojas em 17 estados.