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CARDIOLOGISTA OUVIDO PELO GLOBO AFIRMA QUE ESPORTES DE ALTO IMPACTO AUMENTAM O RISCO DE MAL SÚBITO A morte do empresário João Paulo Diniz, 58 anos, filho de Abílio Diniz, vítima de um
infarto fulminante, levantou algumas dúvidas entre as pessoas. Como uma pessoa atlética, com um bom condicionamento físico, amante de esportes, e praticante assíduo pode sofrer um ataque do
coração? * O QUE OS SONHOS DIZEM SOBRE VOCÊ? ESTUDO REVELA TEMAS PREDOMINANTES EM PESSOAS COM ANSIEDADE * DOENÇA É TRANSMITIDA POR CONTATO: MÉDICO FAZ ALERTA SOBRE CONTÁGIO APÓS FLAGRAR
INFECTADO COM VARÍOLA DOS MACACOS EM METRÔ DE MADRI O filho do milionário tinha um diagnóstico de hipertrofia no miocárdio desde os 28 anos, segundo a coluna de Lauro Jardim. A doença foi
relatada no livro de Abílio Diniz "Caminhos e escolhas", lançado em 2004. A passagem escrita por Bernardino Tranchesi, o cardiologista de João Paulo Diniz, diz que foi recomendado
que "ele não praticasse mais nenhum tipo de esporte. Nada. Nem atravessar a rua correndo ele podia, sob pena de morrer de um ataque fulminante". Em seguida, no entanto, Abilio e o
filho foram aos melhores médicos do mundo para tentar ver como lidar com a situação. João Paulo voltou aos poucos aos exercícios, sempre acompanhado por seus médicos. Os exames posteriores,
feitos com frequências, pararam de acusar qualquer problema, de acordo com pessoas próximas. Segundo o diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Marcelo Franken, atletas de
alta intensidade podem ter um aumento na ocorrência de eventos cardíacos. — Não é comum que aconteça, mas quando acontece, é uma grande tragédia. O esporte de alto impacto exige supervisão
ou acompanhamento médico. A ocorrência de um mal súbito derivado de um infarto em atletas acima dos 35 anos é o mais comum — explica Franken que também é gerente do programa de cardiologia
no Hospital Israelita Albert Einstein. * SINAIS DO ALZHEIMER: ESTUDO APONTA NOVO SINAL PRECOCE LIGADO AO COMPROMETIMENTO COGNITIVO; VEJA QUAL O infarto fulminante é aquele que surge de
repente e que muitas vezes pode causar a morte da vítima antes que possa ser atendida pelo médico. Este tipo de infarto ocorre quando há a interrupção abrupta do fluxo sanguíneo que vai
nutrir o coração. Em pessoas jovens este risco é maior com alterações genéticas, ou de forma geral, em pessoas com fatores de risco para doenças do coração, como tabagismo, obesidade, e
pressão alta. Em atletas de alto rendimento, entretanto, os motivos podem ser outros. Segundo Franken, o esporte de alta intensidade leva o coração ao limite. A combinação de maior
adrenalina no sangue, alterações na hidratação corporal e distúrbio de eletrólitos, ou seja, a falta de elementos químicos importantes para o funcionamento do músculo cardíaco, como o
potássio e magnésio, pode levar ao surgimento de eventos graves. Além disso, arritmias de origem genética ou alterações na estrutura do coração também podem levar a morte súbita. *
ENTREVISTA: 'PRECISAMOS MONITORAR A VARÍOLA DOS MACACOS ANIMAIS. SE ISSO OCORRER, PERDEMOS O CONTROLE', DIZ SECRETÁRIO DO MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA — Outro fator recente
que pode aumentar o risco de ataques cardíacos em atletas é a Covid-19. Estudos já mostraram que nos primeiros meses após a infecção há um aumento no risco de ter eventos cardíacos mais
graves. Outra febre ultimamente é a utilização de suplementos hormonais por pessoas que não tem indicação clínica. Um paciente que utiliza testosterona para aumento de massa muscular, por
exemplo, tem mais chances de ter um ataque cardíaco — afirma. O cardiologista ainda alerta para o uso “em excesso” de outras substâncias como a cafeína presente em termogênicos, que pode
aumentar o risco de arritmias graves. Ele afirma, entretanto, que o esporte aliado a uma alimentação saudável continua sendo a principal forma de evitar um infarto. * CHURRASCO FAZ MAL?
ESTUDO APONTA QUE CARNE VERMELHA AUMENTA RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES; ENTENDA POR QUÊ Especialistas sugerem exercícios simples regulares, como uma caminhada de 30 minutos, pelo menos
três vezes durante a semana, e consumir legumes, verduras, grãos, cereais, frutas, hortaliças e carnes magras, como peito de frango grelhado, nas refeições diárias. Beber bastante água para
manter o corpo hidratado e evitar o estresse, são outros pontos levantados para evitar o evento. — Precisamos respeitar o limite do nosso corpo. O esporte em excesso, sem um acompanhamento,
assim como tudo em nossa vida, pode não ser bom para o coração. É extremamente importante realizar avaliações cardíacas com um profissional regularmente — diz Franken. * AMIZADES QUE FAZEM
BEM: TER AMIGOS POSITIVOS SIGNIFICA BOA SAÚDE; ENTENDA POR QUÊ SINTOMAS Apesar de poder surgir sem qualquer aviso prévio, o infarto fulminante pode provocar sintomas, que podem começar a ser
sentido dias antes. Alguns dos mais comuns são: dores, sensação de peso ou queimação no peito que pode ser localizada e depois irradiar para o braço ou mandíbula; sensação de indigestão;
falta de ar e cansaço com suor frio. É importante sempre procurar um pronto-socorro o mais rápido possível quando começar a sentir qualquer um dos sintomas. A rapidez no atendimento é o que
salva a maioria das vítimas em casos de infarto. * VARÍOLA DOS MACACOS: MINISTRO DA SAÚDE ANUNCIA QUE RECEBERÁ ANTIVIRAL CONTRA DOENÇA João Paulo começou a passar mal na tarde do domingo,
após passar a manhã fazendo exercícios físicos. Praticante de triatlo desde os anos 1980, o empresário era fascinado por provas de resistência, participou de grandes maratonas com as de Nova
York, Paris e Londres, foi um dos idealizadores da Maratona de Revezamento Pão de Açúcar, era frequentador assíduo de competições como Race Across America e Ironman, além de ter
conquistados grandes feitos no setor privado quando o assunto é esporte.