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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a chamar, neste domingo, 1º, a guerra em Gaza de "genocídio". Ele criticou o anúncio de 22 novos assentamentos de Israel na
região da Cisjordânia feito na quinta-feira, 29. O Palácio do Planalto também publicou neste domingo nota condenando o plano "nos mais fortes termos". A declaração de Lula foi
feita no 16° congresso nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que elegeu o prefeito de Recife, João Campos, seu novo presidente. É + que streaming. É arte, cultura e história. +
filmes, séries e documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora No último dia 10, o petista já havia dito que Israel comete genocídio matando crianças e
mulheres em Gaza "a pretexto" de eliminar terroristas do Hamas. Na ocasião, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) reagiu e apontou antissemitismo na fala do presidente.
"O que estamos vendo é um exército altamente militarizado matando mulheres e crianças. Isso não é uma guerra, é um genocídio", afirmou o presidente neste domingo. Lula também leu
durante o discurso a nota do governo, que havia acabado de ser publicada no site do Planalto. Segundo o texto, o plano de Israel é uma "flagrante ilegalidade perante o direito
internacional e contraria frontalmente o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a contínua presença de Israel no território
palestino ocupado". COMO FOI O ANÚNCIO DE ISRAEL? O governo de Israel anunciou na quinta-feira, que criará 22 novos assentamentos na Cisjordânia, o que pode elevar a tensão em suas
relações diplomáticas com boa parte da comunidade internacional, já fragilizada pela guerra em Gaza. "Tomamos uma decisão histórica para o desenvolvimento dos assentamentos: 22 novas
localidades na região de Judeia e Samaria", afirmou o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, utilizando o nome usado por parte dos israelenses para se referir à Cisjordânia. A
iniciativa foi criticada pela ONG israelense Paz Agora, contrária à construção de assentamentos no local. Segundo um mapa publicado pelo Likud, partido de direita do primeiro-ministro de
Israel, Binyamin Netanyahu, os 22 novos assentamentos serão distribuídos por toda a Cisjordânia. Duas das 22 colônias anunciadas, Homesh e Sa-Nur, são particularmente simbólicas. Localizadas
no norte da Cisjordânia, são de fato reassentamentos, já que foram esvaziadas em 2005 como parte do plano israelense de retirada da Faixa de Gaza promovido então pelo primeiro-ministro
Ariel Sharon. Constituído em dezembro de 2022 com o apoio de partidos ultraortodoxos e de extrema direita, a coalizão liderada por Netanyahu é a mais extremista da história de Israel.