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NOVA YORK, EUA. Desafiando o conhecimento popular sobre os países ricos e as doenças coronárias, um novo estudo descobriu que 80% das mortes em todo o mundo decorrentes de pressão sangüínea
alta ocorrem em países de baixa e média renda. O estudo, publicado no início deste mês na revista "The Lancet", descobriu que derrames cerebrais e ataques cardíacos causados por
pressão alta eram responsáveis por quase 8 milhões de mortes prematuras em todo o mundo. Aproximadamente metade dessas mortes, estimou o estudo, ocorreram em pessoas entre e 45 e 70 anos -
idades nas quais elas provavelmente ainda ajudavam no sustento das suas famílias - e em pessoas cuja pressão não era tão alta, mas que certamente estariam em tratamento em países
desenvolvidos. ANTICOAGULANTES. Durante os últimos 50 anos, nos países ricos, tais mortes prematuras caíram rapidamente ao passo que os medicamentos para o coração proliferaram e até
hospitais pequenos aprenderam a tratar ataques cardíacos com anticoagulantes, cateterização e cirurgia. Um editorial na revista "The Lancet" destacou que nenhum doador importante
fez campanha contra a pressão sangüínea alta e que "nenhuma das empresas farmacêuticas internacionais importantes ofereceu assistência material nessa crise de saúde global, apesar dos
lucros imensos com as vendas de medicamentos para diminuir a pressão sanguínea em países de alta renda". No passado, alguns cientistas propuseram uma "polipílula" combinando
doses baixas de aspirina, uma estatina diminuidora de colesterol e três medicamentos para abaixar a pressão. A polipílula cardíaca estaria disponível sem a necessidade de receita médica para
qualquer pessoa com 55 ou mais anos. Nessa idade, as vidas salvas seriam maiores do que as vidas perdidas com efeitos colaterais raros. Estima-se que aproximadamente 23% da população
mundial tem hipertensão arterial, mas grande número de indivíduos não sabe que tem seus valores de pressão arterial elevada e ainda está ainda sem diagnóstico. Entre os hipertensos já
diagnosticados, somente a metade faz acompanhamento médico adequado. TRADUZIDO POR ANDRÉ LUIZ ARAÚJO