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O Brasil assumiu, nesta sexta-feira (1), a presidência do G20. COM O LEMA “CONSTRUINDO UM MUNDO JUSTO E UM PLANETA SUSTENTÁVEL”, A PRESIDÊNCIA BRASILEIRA VAI FOCAR EM TRÊS EIXOS DE ATUAÇÃO:
inclusão social e o combate à fome e à pobreza; transição energética e o desenvolvimento sustentável; e a reforma da governança global. O mandato tem duração de um ano. O G20 reúne as
maiores economias do mundo - 19 países mais a União Africana e a União Europeia. Criado em 1999, o grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial; 75% do comércio internacional, além de
corresponder a 2/3 da população do planeta Terra. O mandato do Brasil vai durar até 30 de novembro de 2024. Durante este período, o país será responsável por coordenar o G20 e organizar as
reuniões técnicas, conferências ministeriais e a próxima cúpula de chefes de Estado, que vai ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. O Brasil também vai lançar uma
iniciativa da bioeconomia e está criando duas forças-tarefa, uma contra a fome e a desigualdade e outra contra a mudança do clima. Em vídeo divulgado pelas redes sociais, tanto da
página oficial do G20, quanto do governo brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que vai colocar os três eixos de atuação do Brasil no centro da agenda
internacional. “Não é possível que tanto dinheiro continue na mão de tão poucas pessoas e tantas pessoas não tenham dinheiro para comer o mínimo necessário para sua sobrevivência”, disse.
O petista disse ainda que o Brasil assume a presidência do grupo com o compromisso de convencer os países ricos “de que não existem dois planetas” e que é “urgente enfrentar com
determinação a crise climática”. > Como já vem fazendo em vários fóruns e palcos internacionais, Lula repetiu que o enfrentamento às mudanças climáticas “não terá sucesso” se os países
ricos e industrializados não cumprirem as promessas de compensação financeiras às nações do Sul Global. Ele acusou ainda os países ricos de “devastarem o meio ambiente em nome de um
progresso a qualquer custo”. MUDANÇA NA GOVERNANÇA GLOBAL Um dos objetivos de Lula à frente do G20, segundo o Palácio do Planalto, será discutir a governança global e o multilateralismo.
O Brasil tem se posicionado de maneira crítica a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU), do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e da Organização Mundial do Comércio
(OMC). Ele chegou a dizer neste ano, POR EXEMPLO, QUE A CREDIBILIDADE DA ONU ESTAVA EM JOGO EM FUNÇÃO DOS CONFLITOS ENTRE ISRAEL E O GRUPO EXTREMISTA HAMAS, NO ORIENTE MÉDIO. O Brasil é
contra o poder de veto dos países membros do Conselho de Segurança do órgão multilateral. Em outra frente, o presidente atacou as instituições financeiras, sobretudo o FMI, devido à
imposição de cláusulas que inviabilizam o crescimento de países endividados, como a Argentina. EM SETEMBRO, QUANDO O BRASIL RECEBEU A PRESIDÊNCIA TEMPORÁRIA DO G20, LULA FALOU SOBRE A
IMPORTÂNCIA DE MAIS REPRESENTATIVIDADE DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO NOS ORGANISMOS MULTILATERAIS. “Queremos maior participação dos países emergentes nas decisões do Banco Mundial e do Fundo
Monetário Internacional. A insustentável dívida externa dos países mais pobres precisa ser equacionada. A OMC tem que ser revitalizada e seu sistema de solução de controvérsias precisa
voltar a funcionar. Para recuperar sua força política, o Conselho de Segurança da ONU precisa contar com a presença de novos países em desenvolvimento entre seus membros permanentes e não
permanentes”, disse à época. Nesta segunda-feira, ele voltou a repetir essas críticas.