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Quem chega à Ranieri Tabacaria, na Alameda Lorena, por volta das 19 horas das terças-feiras, invariavelmente encontrará um grupo de renomados advogados fumando charuto. Nem todos apreciam as
baforadas, mas a presença na roda dá acesso às últimas fofocas jurídicas. Entre um cubano puro, goles de negroni, vinho ou uísque escocês, e fatias de pastrami, o falatório logo começa a
correr solto. Num meio acostumado a litígios de cifras bilionárias, os bastidores mais picantes envolvendo as grandes bancas de advocacia costumam vir acompanhados de um nome: Walfrido Warde
(o W é pronunciado como V). Warde não frequenta a roda, mas é o sujeito das melhores histórias, segundo as quais suas estratégias jurídicas triscam os limites do direito e seus clientes são
sempre os mais encrencados. Parte das críticas advém de uma rivalidade elementar: Warde está envolvido nos principais contenciosos do país, o que o torna um concorrente de peso. Outra parte
tem fundo tático: na ascensão fulminante de sua carreira, Warde levou para a advocacia de São Paulo a prática brasiliense de povoar seu escritório com sócios egressos de tribunais, de
autarquias e do governo federal, ou donos de alto pedigree, como a mulher de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nada disso é ilegal. Mas, tal como ocorre na capital federal,
sugere que os sócios abram mais portas do que as teses jurídicas. Já é assinante? Clique aqui Só para assinantes PIAUÍ Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem
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