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O ministro da Educação tem revelado a capacidade de não se deixar tolher pela gigantesca máquina de problemas em que há muito se converteu o seu Ministério. Reduzir o excessivo número de
professores (salvaguardando os direitos de milhares de docentes contratados mas fora do quadro), racionalizar a gestão das escolas e diminuir o despesismo (de que a Parque Escolar é um
símbolo da irresponsabilidade instalada), aprovar o novo estatuto do aluno que reforça a autoridade dos professores e trava o laxismo face à indisciplina – são apenas algumas das muitas
iniciativas que o ministro não tem recuado em levar à prática. Apesar dos protestos e críticas de vários interesses. Já não é pouco.
O presidente da Câmara do Porto é visto, por alguns sectores, como uma promessa sempre adiada da política portuguesa. Apesar de, além da sobriedade e rigor que coloca na gestão autárquica,
não se lhe conhecer um pensamento político articulado ou uma visão estratégica sobre o país. Talvez por isso, sente por vezes necessidade de se afirmar com ideias originais – como esta de
não haver eleições nas autarquias endividadas, que passariam a ser geridas (eternamente?) por comissões administrativas. Eis uma preocupante concepção de democracia e de (des)legitimação
eleitoral.
O autarca de Oeiras, já condenado pela Justiça a uma pena de prisão, vem, há anos, interpondo recurso atrás de recurso e outros incidentes processuais, beneficiando da prescrição de alguns
crimes de que é acusado – e eis que aparece agora a criticar os que ‘combatem a corrupção na praça pública’ e não com ‘leis transparentes’. Só pode estar a gozar com os portugueses… E com a
Justiça do país.
O ex-governador do Banco de Portugal e actual vice-governador do BCE foi esta semana à comissão parlamentar do BPN revelar que a supervisão e fiscalização dos bancos centrais não serve,
basicamente, para nada – deixando passar todas as fraudes debaixo dos seus narizes. E confessar que nem tinha ideia de quantos mil milhões o BPN custou ao Estado português. Ficamos
esclarecidos. E estarrecidos.