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A coordenadora do estudo sobre ‘burnout’ – em português desgaste – dos professores, Raquel Varela, revelu à agência Lusa que os dados provisórios sobre a situação relativa aos professores
indicam valores “altíssimos”. O estudo será apresentado esta sexta-feira. “Não posso revelar os dados antes do dia 6 de julho [sexta-feira] mas, neste momento, os dados provisórios apontam
para uma taxa de burnout altíssima. Ou seja, nós temos um número de professores estatisticamente muito relevante que está a trabalhar em condições de adoecimento grave”, confessa a
coordenadora. O estudo sobre o burnout dos professores tem como base questionários a mais de 19 mil profissionais portugueses, em Portugal e tem como objetivo conhecer as condições de vida e
de trabalho dos professores, quer no ensino público quer no ensino privado. Para Raquel Varela, os resultados do relatório podem ter impactos políticos, jurídicos ou sindicais. A
investigadora refere ainda que “burnout significa que a pessoa esgotou. Colapsou-se. É multifatorial, mas há uma questão que estamos a concluir e que vai ao encontro com os trabalhos
internacionais: há uma dissociação entre as expectativas criadoras, inovadoras, autónomas das pessoas e aquilo que é a realidade dos locais de trabalho.” Para a coordenadora, este estudo
espelha a realidade dos professores portugueses, que defende ser “profundamente hierarquizada, vigilante” e que, por isso, “corta a autonomia” e “isso diminui a produtividade e leva ao
adoecimento dos professores”. Esta é uma pesquisa feita em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova, que conta também com a colaboração de especialistas
do Instituto Superior Técnico.