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Saber que o principal suspeito pela morte de Rachel Genofre, encontrada morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba com sinais de abuso sexual, já está preso não é sinônimo de alívio
para o pai da menina, Michael Genofre. “Ele não está preso pelo que ele fez com a minha filha, mas por outras coisas que fez”, desabafa. “Então só vamos sossegar quando ele estiver cumprindo
pena pelo que cometeu e com todos os agravantes possíveis”. A revelação do principal suspeito pela morte de Rachel foi feita na última quinta-feira (19) após um cruzamento de dados de DNA
realizado entre as polícias do Paraná e São Paulo. O _match _genético apontou que Carlos Eduardo dos Santos, de 54 anos, foi o responsável pelo assassinato que chocou Curitiba. Preso desde
2017 em Sorocaba (SP), Santos está condenado a 22 anos de prisão por estelionato e outros crimes sexuais. VEJA TAMBÉM: _Carlos Eduardo dos Santos, 54 anos, preso desde 2017 em Sorocaba (SP):
DNA dele corresponde ao material genético colhido em 2008 na investigação da morte da menina Rachel Genofre. _ Agora que há um nome e um rosto, o pai de Rachel espera que a justiça seja
feita e, principalmente, que as demais perguntas que ele se faz há quase 11 anos sejam respondidas. “Agora estou esperando ele vir para Curitiba para ver como vai ser o depoimento. Saber
como ele chegou na minha filha, saber o que houve. Queremos as respostas que ainda não temos”, diz. A Secretaria de Segurança do Paraná (Sesp) informou que fez o pedido de transferência do
suspeito já na quinta-feira. MILAGRE “Ao longo de todo esse tempo, teve momentos em que achamos que ele só seria pego se aprontasse de novo ou se um milagre acontecesse. E foram os dois”,
destaca Genofre. De acordo com a Sesp, os dados genéticos de Carlos Eduardo Santos foram coletados em São Paulo há cerca de sete dias e colocados no banco de dados compartilhado com o
Paraná. Foi quando o tal milagre aconteceu. Ainda assim, o pai de Rachel só descobriu a identidade do possível assassino de sua filha quando a polícia apresentou o caso para a imprensa.
“Quando revelaram o nome, eu fiquei sem chão. Que bom que resolveu, mas agora é buscar justiça e descobrir se ele fez isso com outras pessoas em Curitiba”, diz. _Rachel Genofre foi
encontrada morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba em 2008. (Foto: Reprodução)_ Segundo ele, ninguém na família conhecia Carlos Eduardo — e é justamente isso que traz mais
dúvidas. “Nunca tivemos nenhum contato com ele. Minha pergunta é como ele chegou lá. Ele é um predador. Foi a minha filha como podia ser qualquer outra”, afirma. “Queremos saber onde foi,
como foi. Quem era esse sujeito? Tem outros crimes? Não dá para sossegar só com o nome. Temos que investigar a fundo”. APOIO "Era uma batalha por dia". É assim que Genofre descreve
os quase 11 anos de espera pela solução do caso da morte de Rachel. E, nesse período, ele diz que por muitas vezes, quase perdeu as esperanças — o que não aconteceu justamente pelo apoio
que toda a sociedade deu para a família. "Quando a gente estava quase perdendo a fé, sempre tinha alguma coisa que nos puxava", diz. "Quando recebemos a notícia, vimos que não
ter desistido valeu muito a pena. VEJA TAMBÉM: * Banco de DNA defendido por Moro soluciona crime brutal ocorrido há 11 anos no PR