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Os credores da Rede Energia decidiram em assembleia ontem dar mais tempo para avaliarem a proposta de compra da companhia apresentada pela Copel e Energisa. A Rede, que está em recuperação
judicial desde o fim do ano passado, controla oito distribuidoras de energia que abastecem cerca de 10% da população, principalmente no Norte e Centro-Oeste. Copel e Energisa sempre
estiveram interessadas no negócio, mas estavam impedidas de apresentar proposta porque o atual controlador, o empresário Jorge Queiroz Moraes Júnior, negociava a venda de sua participação
para a CPFL e Equatorial com exclusividade. Na semana passada, Copel e Energisa conseguiram quebrar esse acordo recorrendo à Justiça para apresentar sua oferta pela companhia. O novo prazo
para a tomada de decisão deve ser entre 25 de junho e 11 de julho. Só depois, o plano final de recuperação da companhia será votado. VALORES Após várias negociações, CPFL e Equatorial
propõem pagar R$ 3,5 bilhões aos credores da Rede no lugar dos originais R$ 5,7 bilhões da dívida. As duas assumiriam o pagamento dessa dívida e o controlador ficaria, em troca, com R$ 1.
Copel e Energisa querem pagar um pouco menos, R$ 3,2 bilhões aos credores. Eles vão avaliar, minuciosamente, as diferenças entre as duas propostas, especialmente no que se refere ao prazo de
pagamento. Em alguns casos, CPFL e Equatorial parcelam o pagamento por até 18 anos. A recuperação do grupo Rede é o maior processo do gênero em curso no país. As concessionárias do grupo
estão sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde agosto de 2012. Ainda há risco de que as concessões sejam retomadas pela União.