Vacina, medo e restrições: pesquisa mostra situação da pandemia na grande florianópolis

Vacina, medo e restrições: pesquisa mostra situação da pandemia na grande florianópolis

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Após 10 meses de incertezas, angústias, dor e sofrimento provocados pela Covid-19, a maioria dos moradores da Grande Florianópolis avalia que a pandemia causada pelo novo coronavírus é muito


grave. A percepção foi levantada em pesquisa realizada pela Lupi & Associados, com a participação de 900 entrevistados maiores de 16 anos, residentes em Florianópolis, Biguaçu, São José


e Palhoça entre os dias 14 a 20 de janeiro. Foram entrevistados moradores da Grande Florianópolis – Foto: Anderson Coelho/ND De acordo com a pesquisa, 52,6% dos entrevistados avaliam a


pandemia como muito grave, enquanto 36,8% apontam como grave. Para o pesquisador Paulo Pedroso, da Lupi & Associados, os números mostram que a população está com medo da doença. “Para


completar, a região da Grande Florianópolis voltou ao nível gravíssimo. Tudo isso colabora para essa percepção”, ressalta. Pesquisa avalia gravidade da pandemia conforme moradores da Grande


Florianópolis – Foto: Lupi Associados Pesquisa e Marketing/Divulgação A soma percentual de 89,4% (52,6% + 36,8%) contrasta com a avaliação feita em setembro, quando a maioria das atividades


voltou a ser realizada com regras. Na época, o entendimento de que a pandemia era muito grave era de apenas 7%, enquanto a maioria (54,6%) avaliava como mais ou menos grave (27%) e pouco


grave (26,4%). “É o maior percentual obtido, superior a agosto, quando a pandemia estava no auge”, destaca Pedroso. JANEIRO PREOCUPANTE Em janeiro, a gravidade da pandemia é encarada de


forma semelhante nas quatro principais cidades da Grande Florianópolis. Em São José, 92,1% dos entrevistados avaliam como muito grave ou grave, seguido de Palhoça, com 91,0%, Florianópolis,


com 88,8% e Biguaçu, com 87,1% na soma dos dois quesitos. Em Biguaçu, apenas 11% avaliam como pouco grave ou nada grave, mesmo entendimento de 6,8% dos entrevistados da Capital, e 5% em São


José, enquanto nenhum entrevistado em Palhoça avaliou dessa forma. A pandemia em Santa Catarina também é percebida com gravidade por 87,9% dos entrevistados, enquanto apenas 11,2% avaliam


como mais ou menos grave, pouco grave ou  nada grave. Moradores da região também avaliaram a situação da pandemia no Estado – Foto: Lupi Associados Pesquisa e Marketing/Divulgação O


percentual de janeiro contrasta também com os percentuais de setembro, quando apenas 49,2% dos entrevistados percebiam a pandemia como muito grave (14%) ou grave (35,2%), e 47,8% entendiam


como mais ou menos grave (27,8%), pouco grave (16,2%) ou nada grave (3,7%). A avaliação da pandemia no Brasil é vista com mais gravidade, já que 79,7% dos entrevistados avaliam como muito


grave, e outros 12,9% como grave, totalizando 92,6%. É o maior percentual desde o início do levantamento realizado pela Lupi & Associados, em maio de 2020. Para efeito de comparação com


o atual momento, em setembro essa soma percentual dos quesitos muito grave (38,2%) e grave (31,7%) era de 69,9%. A pesquisa também busca estudar as formas como a população vem agindo durante


a pandemia, e no mês janeiro, o isolamento total obteve o menor percentual desde o início dos levantamentos, com 2,4% dos entrevistados, enquanto aqueles que não estão em isolamento por


decisão própria e levam uma vida normal tiveram o maior percentual desde então, com 12,8%. Já 48,9% está em isolamento parcial com saídas inevitáveis, enquanto 35,9% está em isolamento


parcial com saídas para o trabalho. Moradores contaram como estão agindo durante a pandemia – Foto: Lupi Associados Pesquisa e Marketing/Divulgação CONTÁGIO MAIS PRÓXIMO Após 10 meses de


pandemia, o levantamento identificou que 79,3% dos entrevistados já foi infectado ou conhece alguém que foi contaminado pelo novo coronavírus. Foi o maior percentual desde o início da


pandemia. “O vírus está do outro lado da porta. Todo mundo conhece alguém que está ou esteve infectado”, analisa Pedroso. Por outro lado, 19% dos entrevistados não foram infectados ou não


conhecem alguém que tenha sido infectado, o menor percentual desde o início da pandemia. Entrevistados contaram se conhecem alguém que já foi infectado – Foto: Lupi Associados Pesquisa e


Marketing/Divulgação O medo de ser infectado também cresceu na Grande Florianópolis. Em janeiro, esse sentimento era muito grande para 43% dos entrevistados, e grande para 31,8%, totalizando


74,8%. Já em relação a situação financeira, aqueles que tiveram redução nos rendimentos ainda são maioria, com 54,1% em janeiro, mas houve uma pequena redução desse percentual em comparação


a setembro, quando 59,2% tiveram a redução de rendimentos. Aqueles que tiveram redução nos rendimentos ainda são maioria – Foto: Lupi Associados Pesquisa e Marketing/Divulgação Instados a


opinar sobre como as autoridades deve agir nos próximos meses, 49,1% dos entrevistados entendem que é necessário aumentar as restrições com uma quarentena rígida. “Isso é reflexo das festas


de fim de ano e das aglomerações. O povo quer um freio das autoridades”, destaca Pedroso.  Outros 42% são favoráveis à manutenção da situação atual, liberando algumas atividades, mas com


restrições. Apenas 8% são favoráveis à liberação total das atividades, e 2,4% não sabem. Já a vacinação é bem-vinda para 87,1% dos entrevistados. Outros 7,9% não sabem, e %5 disseram que não


tomarão a vacina. Maioria entende que é necessário aumentar as restrições – Foto: Lupi Associados Pesquisa e Marketing/Divulgação Maioria dos moradores da Grande Florianópolis pretende se


vacinar – Foto: Lupi Associados Pesquisa e Marketing/Divulgação AVALIAÇÃO DAS AUTORIDADES A pesquisa da Lupi & Associados também avaliou as principais autoridades. O presidente Jair


Bolsonaro obteve a pior avaliação desde o início da pesquisa, em maio. Em janeiro, 74,3% avaliaram como ruim e péssima a atuação de Bolsonaro na pandemia, superando o percentual obtido no


início do combate a pandemia, em maio, com 73,3%. Outros 8,9% avaliaram como regular, e 16,8% como ótima e boa. “A avaliação do presidente Bolsonaro reflete essa situação da vacina”,


analisa. A atuação do governador Carlos Moisés também teve a pior avaliação desde o início da pandemia. Em janeiro, 58,1% apontaram a atuação como ruim e péssima, enquanto 27% entendem que


foi regular, e 14,9% como boa e regular. Governador Carlos Moisés foi mal avaliado pelos entrevistados – Foto: Lupi Associados Pesquisa e Marketing/Divulgação “O que pesa sobre a avaliação


do governador foi essa situação de final de ano, esse vaivém de posicionamento, com a restrição da capacidade dos hotéis e posterior liberação”, avalia. Já o equilíbrio caracteriza a


avaliação da atuação das prefeituras da Grande Florianópolis de uma forma geral: 31,5% entendem que é boa e ótima; 30,8% como regular; e 37,7% como ruim e péssima. CAPITAL TEM APROVAÇÃO DA


POPULAÇÃO Individualmente, a atuação da prefeitura de Florianópolis é a que tem a melhor avaliação em janeiro.  Na Capital, 41,3% dos 428 entrevistados avaliam como boa e ótima; 29,7%, como


regular; e 29% como ruim e péssima. Com coeficiente de confiança de 95%, a margem de erro é de 4,7% para mais ou para menos.  “O prefeito Gean Loureiro ainda goza de um recall das primeiras


ações, mas a avaliação ruim teve um aumento também”, explica Pedroso. Em Biguaçu, 55% dos 80 entrevistados avaliam como regular; 22,6% como ruim e péssima; e 22,5% como boa e ótima. Com


coeficiente de confiança de 95%, a avaliação tem margem de erro de 11% para mais ou para menos. Já em Palhoça, a situação é inversa da Capital: 58,6% dos 150 entrevistados avaliam como ruim


e péssima. Outros 24,7% entendem como regular e 16,7% apontam como boa e ótima. Com coeficiente de confiança de 95%, a avaliação tem margem de erro de 8% para mais ou para menos. Em São


José, a situação é semelhante, pois 45% dos 242 entrevistados avaliam como ruim e péssima. Outros 28,5% entendem que é regular, e 26,5% apontam como boa e ótima.  Com coeficiente de


confiança de 95%, a avaliação tem margem de erro de 6,3% para mais ou para menos.