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SOUTHROCK, GESTORA DA MARCA NO BRASIL, APONTA DÍVIDAS ESTIMADAS EM TORNO DE R$ 1,8 BILHÃO A SOUTHROCK CAPITAL entrou com um pedido na Justiça pela recuperação judicial de suas importantes
marcas de alimentos no Brasil, entre elas a rede de cafeteria STARBUCKS. Com 187 lojas próprias, a gestora tenta, com a medida, manter a operação da rede americana em solo brasileiro.
Inicialmente, a Justiça negou o pedido da SouthRock, em decisão publicada nesta quarta-feira (1), sob o argumento de que as justificativas apresentadas no documento eram genéricas. *
SOUTHROCK PERDE LICENÇA DA STARBUCKS NO BRASIL E TENTA REVERTER DECISÃO * LOJAS DA STARBUCKS ENFRENTAM AÇÕES DE DESPEJO EM SHOPPINGS * A NOVA VENDA DO EATALY O juiz Leonardo Fernandes dos
Santos, da 1ª Vara de Falências de SÃO PAULO, pediu mais documentos e um administrador judicial para uma perícia prévia na documentação apresentada pela gestora. Só então, após esse parecer
que deverá estar pronto no prazo de até sete dias corridos, o pedido voltará a ser analisado pelo magistrado. O pedido de recuperação judicial, protocolado pelo escritório Thomaz Bastos,
Waisberg, Kurzweil Advogados, estimava que as dívidas da gestora eram em torno de R$ 1,8 BILHÃO. Nele, a SouthRock dizia que negociações com STARBUCKS COFFEE INTERNATIONAL INC, detentora dos
direitos da rede, foram suspensas e a licença perdida — e que uma paralisação das atividades no Brasil poderia estar prestes a acontecer. O PIPELINE, site de negócios do VALOR, apurou que a
rede Starbucks já teria fechado nos últimos meses 36 unidades, incluindo pontos em cidades como Franca, São Paulo, Rio e Canoas. Segundo apuração do VALOR, o número de lojas fechadas da
Starbucks no Brasil tem aumentado desde terça-feira (31), incluindo pontos nos bairros Itaim Bibi e Jardins, na cidade de São Paulo, e no Rio de Janeiro. A Southrock, em nota, confirma
fechamento de unidades em algumas marcas, sem enumerar. De acordo com o pedido enviado pela SouthRock Capital à Justiça, a gestora conta com: * 187 lojas próprias da STARBUCKS; * 25
restaurantes do BRAZIL AIRPORT RESTAURANTS (BAR); * 4 lojas próprias do TGI FRIDAYS; * 1 centro gastronômico EATALY com seis restaurantes, cafeterias, confeitaria, sorveteria e adega de
vinhos italianos. Além dessas marcas, a SouthRock Capital, de KENNETH POPE, também tem contrato de licença para uso da marca SUBWAY no Brasil, que não foi incluída na recuperação judicial e
que, portanto, não está sob risco. LEIA MAIS: * COM DÍVIDAS ESTIMADAS EM R$ 1,8 BILHÃO, STARBUCKS, EATALY E BAR PEDEM RECUPERAÇÃO JUDICIAL * STARBUCKS, SUBWAY, EATALY E... DÍVIDAS: A CRISE
DA SOUTHROCK * LUCRO DA STARBUCKS CRESCE 25% NO 3º TRIMESTRE FISCAL * COMO A PAPELARIA CAPIXABA CASTORINO VIROU CASE DO PODER DAS REDES SOCIAIS STARBUCKS PODE SAIR DO BRASIL? Ainda não se
sabe se a Starbucks poderá sair do Brasil, mesmo que a gestora tenha perdido o direito de operar a marca no país neste mês. No momento, quem deve decidir sobre o futuro da rede no país é a
Justiça, quando o pedido de recuperação judicial voltar a ser analisado. A SouthRock Capital responde por todas as lojas do STARBUCKS, especificamente como MASTER LICENCIADO, sem
subfranquear as unidades. Isso quer dizer que a empresa firmou um contrato master de franquia para explorar a marca no Brasil, pagando pelo licenciamento à detentora dos direitos, a
Starbucks Coffee International Inc. > "Ela pode abrir quantas lojas forem definidas no contrato, mas para > isso paga uma parte para a detentora dos direitos", explica >
Edemilson Wirthmann Vicente, do escritório Wirthmann Vicente > Advogados. Contratos semelhantes são firmados para as operações das marcas TGI FRIDAYS e EATALY no Brasil. No entanto, com
uma grande dívida, a gestora tentava negociar com a Starbucks Coffee International Inc., detentora da marca, para impedir a quebra do contrato pela inadimplência a operadora local com
obrigações referentes da licença, incluindo o pagamento de royalties, já que isso faria com que todas as lojas tivessem suas operações encerradas abruptamente. Porém, na última sexta-feira
(27), a representação internacional da Starbucks suspendeu as tratativas, colocando em risco toda a operação da rede de cafeterias em solo brasileiro. Com a renegociação frustrada, o pedido
de recuperação judicial é interpretado, de acordo com Wirthmann, como uma MEDIDA DE SEGURANÇA para a gestora e, também, para a OPERAÇÃO da STARBUCKS NO BRASIL, já que uma recuperação
judicial é um instrumento que suspende as cobranças para que uma negociação pelo pagamento seja feita. Quando o pedido voltar a ser analisado, caberá ao juiz decidir se aceita o pedido e dá
início ao processo de recuperação judicial da gestora, ou não. > "Se isso for levado adiante, se hipoteticamente o juiz avaliar e > não conceder essa suspensão, temos o
encerramento precoce de todas > as atividades das lojas abertas dentro do contrato no país. Eles > querem evitar justamente esse "puxão da tomada"", aponta o >
advogado, especialista em recuperações judiciais. A expectativa, porém, é que a decisão final seja FAVORÁVEL às condições econômicas atuais da SouthRock. Caso contrário, como a gestão da
Starbucks no Brasil é a maior fonte de faturamento da gestora, em faturamento bruto que supera os R$ 50 MILHÕES, a SouthRock experimentaria um "verdadeiro estrangulamento de seu fluxo
de caixa", tornando sua reestruturação econômica ainda mais difícil. O QUE ACONTECEU COM A STARBUCKS NO BRASIL? Pandemia, inflação e juros elevados foram as razões manifestadas pela
operadora da Starbucks no Brasil para a crise que abateu a SouthRock Capital. > Em nota ao VALOR, a gestora justifica a crise econômica interna > apontando que "os desafios
econômicos no Brasil resultantes da > pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juros elevadas > agravaram os desafios para todos os varejistas, incluindo a >
Southrock". Disse, também, que "entra em uma nova fase de desafios, que exige a reestruturação de seus negócios para continuar protegendo as marcas das quais tem orgulho de
representar no Brasil, os seus colaboradores, consumidores e as operações de suas lojas".