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Lucas Franzato, de 24 anos, é o atual mandatário do Cianorte, sucedendo o pai no comando do Leão do Vale do Ivaí Cianorte e Rio Branco contrariam a ordem dominante no futebol nacional.
Afinal, é raro clubes profissionais serem administrados por jovens dirigentes. Lucas Franzato, 24 anos, e Thiago Campos, 30, representam uma geração que tenta apresentar novas ideias e se
desvencilhar do tradicional e viciado modo de fazer futebol. As histórias dos novatos são bem diferentes. Franzato ocupa o lugar que foi do pai, Marco, por 11 anos no Leão do Vale do Ivaí.
Uma sucessão natural, em novembro do ano passado, que evitou que o clube fosse riscado do mapa. Em Paranaguá, o pedido de licença do presidente Fabiano Elias que vence após o Parananense
abriu espaço para Campos romper com a antiga gestão do outro Leão paranaense, o da Estradinha. Formado em Administração de Empresas trabalha no ramo do vestuário e do entretenimento
, o representante do Norte aposta em evolução para se diferenciar e crescer. "A grande questão é ser inquieto. O que vale hoje não vale mais amanhã. Ou inova ou fica para trás",
prega Franzato. O rejuvenescimento da diretoria se espalhou para outras áreas. Repaginar o Cianorte e levar o torcedor de volta ao Albino Turbay foram o mote. A partir disso, veio o
escudo mais moderno, um novo plano de sócio e a exploração da marca do clube, com direito à modelo Isabeli Fontana como garota-propaganda sem contar jogadores da seleção brasileira,
inclusive Neymar, com a camisa azul nas mãos. "Com essa mobilização, os resultados começam a aparecer", conta Franzato. No caso do time do Litoral, os primeiros passos do
jornalista Thiago Campos tiveram mais a ver com escancarar a administração do clube do que promover ações de marketing. Salários atrasados, dívidas trabalhistas e com comerciantes locais,
tudo exposto para recuperar a credibilidade do Rio Branco diante da torcida, poder público e patrocinadores. "A cidade estava querendo alguma coisa diferente. O Rio Branco foi
comandando por muito tempo pelas mesmas pessoas, com vínculos com alguns grupos. Precisamos pensar diferente, sem amarras", avalia o novato dirigente. A partir daí é que Campos pretende
aproximar o clube a uma estrutura de empresa. Começou pelo plano de sócios do futebol, que custa R$ 20 reais e dá direito a desconto na compra dos ingressos e em estabelecimentos parceiros.
Algo simples, mas um pensamento de vanguarda dentro do clube. Tanto um quanto o outro, obviamente, ressentem da falta de experiência com bola. Enquanto Franzato se apoia na vivência de
Cianorte, Campos usa a favor o conhecimento do clube que cobria como jornalista, diariamente, há vários anos. Ambos recorrem a pessoas mais experientes para compensar o pouco tempo de
estrada. "Estou cercado de pessoas boas e do bem. Sempre estive ligado a pessoas que conhecem o Cianorte. Sinto que estou mais protegido para não repetir erros", conta o presidente
do Leão do Vale. O mandatário do Leão da Estradinha vai pelo mesmo caminho. "Eu não sei de tudo, mas também sei alguma coisa. Se eu conseguir tirar um pouco de cada um, consigo suprir
essa falta de experiência", diz Campos.