Cessar-fogo no leste da ucrânia é mantido após denúncias de violação

Cessar-fogo no leste da ucrânia é mantido após denúncias de violação

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O cessar-fogo alcançado entre as forças do governo ucraniano e separatistas pró-Rússia se manteve de modo geral em vigor nesta segunda-feira (8) no leste da Ucrânia, apesar de as autoridades


em Kiev acusarem os rebeldes de violações esporádicas durante a noite, especialmente perto do porto de Mariupol. O cessar-fogo, que entrou em vigor na sexta-feira (5), faz parte de um plano


de paz destinado a acabar com um conflito de cinco meses na região, que já matou mais de 3.000 pessoas, segundo dados da ONU, e se tornou o pior confronto entre países ocidentais e a Rússia


desde o fim da Guerra Fria. Os países aliados da Ucrânia acusam a Rússia de armar os separatistas e enviar tropas para lutar contra o Exército ucraniano. Autoridades em Mariupol disseram


que o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, iria visitar a região ainda nesta segunda-feira. Na manhã desta segunda-feira, um repórter da Reuters ouviu uma curta explosão de fogo de


artilharia a leste de Mariupol, mas a área depois ficou em silêncio. Mariupol, um porto no Mar de Azov, perto da fronteira com a Rússia, é estratégico para as exportações da Ucrânia. A área


ao leste de Mariupol foi local de violentos combates antes do cessar-fogo, além de ter tido a mais grave violação da trégua no sábado (6), quando as forças do governo disseram ter ficado sob


ataque de artilharia dos rebeldes. Uma mulher foi morta e quatro pessoas ficaram feridas nesse bombardeio. Tanto os rebeldes como as forças armadas da Ucrânia insistem que estão observando


estritamente o cessar-fogo e culpam um ao outro por esporádicas violações. A assessoria de imprensa do Exército ucraniano listou cinco violações da trégua por parte dos separatistas de


domingo para segunda-feira, enquanto os separatistas acusam as forças do governo de se preparar para invadir uma localidade perto de Donetsk, o pólo industrial da região, seu principal


reduto. Para a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que tem cerca de 250 monitores na Ucrânia, o cessar-fogo foi mantido, mas ainda é instável. MORTES O número de


pessoas mortas no conflito na Ucrânia passa de 3 mil se forem incluídas as vítimas da queda do voo MH17, da Malásia, disse uma alta autoridade de direitos humanos da ONU nesta segunda-feira.


Ivan Simonovic, secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, disse em uma reunião extraordinária da OSCE que o número registrado de pessoas mortas desde que o conflito começou


em abril chegou a 2.729. O total sobe para mais de 3.000 se as 298 vítimas da queda do avião da Malásia forem incluídas, como deveriam, disse ele. O avião da Malaysia Airlines caiu após


aparentemente ter sido atingido por um míssil no leste da Ucrânia em junho. Os EUA e o governo da Ucrânia acusam os rebeldes, apoiados pelos russos, de abater o avião com um sistema de


mísseis russo, acreditando que a aeronave civil se tratava de um avião militar ucraniano. A Rússia e os rebeldes negam. Em 29 de agosto, balanço divulgado pelo mesmo funcionário da ONU


apontava um total de 2.593 mortos no conflito na Ucrânia, incluindo civis, combatentes ucranianos e separatistas.