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A polícia começou a ouvir ontem testemunhas do assassinato da comerciante Tânia Mikosz, 49 anos, morta em uma tentativa de assalto na última sexta-feira. Por volta das 20 horas, ela e outras
duas companheiras de trabalho foram abordadas por três rapazes no estacionamento da loja Mansão de Fantasias, na Avenida Visconde de Nácar, quase esquina com a Rua Saldanha Marinho, no
Centro de Curitiba. Segundo uma das sócias de Tânia, que prefere não se identificar e prestou depoimento ontem na Delegacia de Furtos e Roubos, cada um dos assaltantes abordou uma delas.
"Eu estava manobrando o carro e ele pediu para eu sair. Logo em seguida houve o disparo", aponta. De acordo com a sócia de Tânia, provavelmente ela tenha reagido ao assalto, tentou
empurrar o assaltante e, ao cair no chão, levou o tiro. Ainda de acordo com a testemunha, os três rapazes saíram caminhando da loja. Só correram quando viram que um policial militar do 2.°
Batalhão de Trânsito que fica na quadra de cima da loja percebeu a ação. O PM chegou a correr atrás dos bandidos, mas ao perceber que o portão do estacionamento da loja havia sido
fechado, chamou reforço pensando que outros assaltantes ainda estivessem na loja. "A gente baixou o portão de medo de que os assaltantes voltassem", afirma a testemunha. Os ladrões
conseguiram levar a bolsa de uma das sócias de Tânia, onde havia cerca de R$ 500 e documentos pessoais. Comerciantes da região onde houve o crime afirmam trabalhar com medo. Além da ação de
jovens infratores nos semáforos próximos, comerciantes reclamam de roubos de carros, invasão e roubos dos estabelecimentos e tráfico de drogas. Por causa disso, alguns preferem fechar as
portas mais cedo. "Nós poderíamos ficar 24 horas em funcionamento, gerando mais dois empregos. Mas por conta desse medo, fechamos às 20 horas", informa o gerente de um
estacionamento, que prefere não se identificar. Outro comerciante, que também pediu para não ter o nome revelado, afirma que além desses problemas, há muitas brigas na região. "É o
pessoal alcoolizado que sai das boates próximas", afirma. O chefe de planejamento do Comando de Policiamento da Capital (CPC), major Douglas Dabul, orienta os comerciantes a registrarem
boletins de ocorrência nas delegacias. Dessa forma, a PM possui mais dados para elaborar suas estatísticas e, conseqüentemente, reforçar o policiamento em uma região, se for necessário.
Dabul também afirma que as viaturas da PM fazem rondas constantes na região.