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DERIVADO DE UMA DAS MAIORES TRAGÉDIAS DA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO, 'A SOCIEDADE DA NEVE' OMITIU CERTOS ASPECTOS INTRIGANTES DA NARRATIVA REAL Em 13 de outubro de 1972, o avião que
transportava a equipe de rúgbi uruguaia 'Old Christians Club' colidiu tragicamente contra uma montanha na Cordilheira dos Andes com 45 pessoas a bordo, entre jogadores, familiares
e amigos. Os sobreviventes, confrontados inicialmente com o impacto brutal da aeronave, logo se viram diante de adversidades implacáveis, como o frio intenso, isolamento severo, ausência de
perspectiva de resgate e fome. * TRAGÉDIA DOS ANDES: 51 anos depois, ainda há 14 passageiros vivos; veja como eles estão * TRAGÉDIA DOS ANDES: Expedição de turismo até local de acidente leva
três dias e custa quase R$ 3 mil: 'Difícil e comovente' Para não morrer, os sobreviventes concordaram em recorrer a uma medida extrema — o consumo dos corpos das vítimas da
tragédia. No desfecho dessa narrativa, 16 pessoas foram eventualmente resgatadas, marcando o fim de uma jornada de sofrimento e resiliência. Inspirada pelo livro de um jornalista que
entrevistou os sobreviventes, a história foi retratada pelo filme "A Sociedade da Neve", de Juan Antonio Bayona. Ele está disponível na Netflix e irá representar a Espanha no Oscar
de Melhor Filme Estrangeiro. Entretanto, o filme se limita à história central do caso, deixando alguns acontecimentos mais específicos de lado. Veja quais são: 1. CANIBALISMO E APOIO DA
IGREJA Ao assistir ao filme, é perceptível que muitos dos personagens eram devotos católicos. Durante os debates sobre a possibilidade de recorrer ao canibalismo para sobreviver, eles
carregavam consigo a preocupação de possíveis punições divinas, acreditando que utilizar os corpos como fonte de alimento poderia resultar em condenação aos olhos de Deus. Apesar de não ser
mencionado no filme, a Igreja Católica ofereceu apoio aos sobreviventes. Esse fato, documentado por Fernando Parrado em seu livro "Milagre nos Andes", revela que a Igreja
desempenhou um papel na assistência psicológica aos sobreviventes, algo que que não foi explorado na narrativa cinematográfica. "Logo após o resgate, membros da Igreja Católica
anunciaram que, de acordo com a doutrina da Igreja, não havíamos cometido pecado ao comer a carne dos mortos. Conforme Roberto argumentara na montanha, eles disseram ao mundo que o pecado
seria termos nos permitido morrer. Porém, fiquei mais contente com o fato de que muitos dos pais dos rapazes que morreram nos apoiaram publicamente, dizendo ao mundo que entendiam e
aceitavam o que tínhamos feito para sobreviver", escreveu Parrado em seu livro. 2. POUSO NA ARGENTINA Outro aspecto interessante é que, antes do acidente, a aeronave da equipe precisou
fazer um pouso em Mendoza, na Argentina, devido às condições climáticas. Isso também não é mencionado no longa. 3. ESPECULAÇÕES E OPINIÃO PÚBLICA Após o resgate, o filme não conseguiu
retratar corretamente como foi a experiência dos sobreviventes com a hostilidade da opinião pública com os métodos adotados pelo grupo para sobreviver. Principalmente, porque eles teriam
tentado ocultar os detalhes sobre o canibalismo. As pessoas chegaram a especular que os sobreviventes teriam assassinado os colegas para alimentação. Além disso, havia o sensacionalismo
sobre a história como uma espécie de "jornada do herói". Houve quem comparasse o caso com a vitória do Uruguai no mundial. Isso foi detalhado por Fernando em seu livro. "Nossa
provação era celebrada como uma gloriosa aventura. As pessoas comparavam nosso feito à conquista heroica do time de futebol uruguaio que ganhara a Copa do Mundo de 1950. Algumas pessoas
chegavam a me dizer que invejavam minha experiência nos Andes e queriam ter estado lá comigo. Não sabia como explicar para elas que não havia glória alguma naquelas montanhas. Havia apenas
feiura, medo e desespero, além da obscenidade de presenciar tantas pessoas inocentes morrerem. Também fiquei chocado com o sensacionalismo utilizado por muitos dos veículos de imprensa na
cobertura sobre o que havíamos comido para sobreviver", contou ele. 4. O ATALHO NÃO SEGUIDO Desesperados com a situação após mais de 70 dias presos na neve, Nando Parrado e Roberto
Canessa decidiram buscar ajuda. No entanto, um detalhe que o filme não retratou foi que Canessa havia visto uma estrada enquanto os dois caminhavam atrás de resgate. A dupla acreditava estar
mais perto do Chile do que realmente estava, por isso optaram por seguir pela cordilheira em vez da estrada. No fim das contas, após o resgate, eles notaram que o caminho da estrada teria
sido mais rápido. 5. POLÍTICO Com o sucesso da empreitada da dupla pela cordilheira e do resgate das outras vítimas, o filme não mostrou totalmente o que aconteceu com Canessa depois. Em
1994, ele chegou a concorrer à Presidência do Uruguai, mas não foi eleito. Hoje, ele é médico e passou a trabalhar também como palestrante motivacional. Ele aparece no filme como o médico
que atende o ator que o interpretou no longa. SOBREVIVENTES DE TRAGÉDIA NOS ANDES RETORNAM À MONTANHA ONDE AMIGOS MORTOS FORAM SALVOS _ _ 8 fotos Passados 51 anos da queda do avião, uma das
histórias mais conhecidas de luta por sobrevivência é recontada em filme