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O vereador Rubinho Nunes (União) teve o mandato cassado e foi declarado inelegível por oito anos pela Justiça Eleitoral nesta sexta-feira, 30, após compartilhar, durante a campanha à
Prefeitura da capital em 2024, um laudo médico falso publicado pelo influenciador Pablo Marçal (PRTB), que atribuía ao deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) um suposto tratamento por uso de
drogas. O conteúdo foi divulgado no Instagram de Rubinho na véspera do primeiro turno das eleições. O laudo, posteriormente comprovado como falso por meio de perícia, mencionava um surto
psicótico e resultado positivo para cocaína. É + que streaming. É arte, cultura e história. + filmes, séries e documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora
Procurado pelo ESTADÃO neste sábado, 31, para comentar a decisão, Rubinho não retornou. O episódio que levou à cassação do mandato evidenciou a aproximação entre Rubinho e Marçal durante o
pleito de 2024. Embora inicialmente apoiasse a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o vereador rompeu com a campanha em agosto do ano passado e passou a atuar de forma alinhada ao
influenciador, que disputava a Prefeitura pelo PRTB. Eleito vereador pela primeira vez em 2020, com pouco mais de 33 mil votos, Rubinho ganhou projeção nacional como um dos líderes do
Movimento Brasil Livre (MBL), atuando como advogado e com presença constante nas redes sociais. Em 2024, foi reeleito com mais de 101 mil votos e deixou de ser apenas um nome do baixo clero
da Câmara para passar a ser cogitado nos bastidores como possível presidente da Casa. O rompimento com Nunes, no entanto, frustrou seus planos. À época, ao ser questionado pelo Estadão sobre
a possibilidade de Rubinho presidir o Legislativo paulistano, o prefeito foi direto: afirmou que o cargo exigia alguém com "caráter". Com a presidência fora de alcance, Rubinho
assumiu a Corregedoria da Câmara e passou a protagonizar polêmicas ligadas à pauta de costumes. Integrante da ala conservadora, que hoje é majoritária na Casa, apresentou um projeto de lei
para proibir a participação de crianças e adolescentes em eventos que "façam alusão ou fomentem práticas LGBTQIA+", mesmo com a presença dos pais ou responsáveis. Também propôs a
proibição da linguagem neutra nas escolas municipais - medida semelhante à que foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado, em Votorantim (SP) - e
tentou barrar procedimentos médicos relacionados à transição de gênero em menores de 18 anos na rede municipal de saúde. Ainda no primeiro mandato, Rubinho já havia gerado controvérsia ao
propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o padre Júlio Lancellotti e ao apresentar um projeto que previa multa de R$ 17 mil para quem distribuísse marmitas a pessoas em
situação de rua sem autorização da Prefeitura. Após a repercussão negativa, a tramitação da proposta foi suspensa. Advogado por formação, com pós-graduação em Direito Trabalhista e
especializações em instituições jurídicas, Rubinho se consolidou como um dos principais nomes da nova direita paulistana. Antes de ingressar formalmente na política, ganhou visibilidade ao
apresentar, em 2016, um pedido de impeachment contra o então ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, após uma decisão que autorizava a soltura de condenados em segunda
instância. Em 2018, voltou a ganhar destaque ao obter na Justiça a suspensão de benefícios concedidos, à época, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dúvidas, Críticas e Sugestões?
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